
A
 CONTAG através do seu presidente Alberto Ercílio Broch junto a 
representantes de várias  Centrais Sindicais participa até esta 
quinta-feira (08) em São Paulo, do seminário REFORMA DA PREVIDÊNCIA: 
DESAFIOS E AÇÃO SINDICAL, organizado pelo DIEESE. 
O Seminário 
tem como objetivo compreender e debater a proposta de reforma da 
previdência social e articular formas de barrar a proposta da Emenda à 
Constituição (PEC) 287, que por unanimidade é vista como nociva aos 
trabalhadores (as) do campo e da cidade.  
“O Seminário é um 
espaço importante para articular com as Centrais Sindicais apoio em 
defesa da proposta da CONTAG em relação à Reforma da Previdência. Um 
lugar para extrair o que significa para os rurais a Reforma. Onde também
 aproveitamos para nos colocar a disposição para a luta geral com todas 
as categorias de trabalhadoras e trabalhadores que terão seus direitos 
retirados caso passe a Reforma do governo”. Afirmou o presidente da 
CONTAG Alberto Ercílio Broch, durante sua fala nesta terça-feira (07), 
primeiro dia do Seminário. 
Alberto Ercílio Broch ainda lembra 
que a Previdência Social Rural é uma das políticas sociais que se 
destaca no cenário brasileiro pelo nível de proteção social que assegura
 aos trabalhadores e trabalhadoras rurais. Portanto, fundamental no 
processo de distribuição de renda e na melhoria da qualidade de vida de 
milhares de famílias que vivem no campo, além de potencializar o 
desenvolvimento socioeconômico da maioria dos municípios brasileiros. 
PREVIDÊNCIA SOCIAL RURAL: POTENCIALIDADES E DESAFIOS 
Na
 manhã desta quarta-feira (08) o assessor da CONTAG, Evandro Morello 
apresentará no Seminário o estudo PREVIDÊNCIA SOCIAL RURAL: 
POTENCIALIDADES E DESAFIOS que traz vários dados que revelam que não há 
déficit na Previdência Social, integrada ao sistema de Seguridade 
Social.   
PROGRAMAÇÃO QUARTA-FEIRA (08) 
09h00 - A PEC e os impactos nos diversos segmentos populacionais: servidores, professores, mulheres e rurais  
Evandro Morello, da CONTAG
Jane Berwanger, do IBDP  
Joana Mustafa, do Ipea  
14h00 - Experiências de reforma previdenciária na América Latina Fábio Dura, Departamento de Proteção Social de Genebra, da OIT  
Peter Poschen, diretor da OIT no Brasil 
16h00 - Reforma da Previdência: a ação das Centrais  
Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do DIEESE Centrais Sindicais 
CONTAG É CONTRA A REFORMA DA PREVIDÊNCIA RURAL, PORQUE...     
•
 A Previdência Rural não é deficitária. Ela está vinculada ao Sistema de
 Seguridade Social (artigos 194 e 195 da CF) que é financiado por 
diversas fontes de contribuição, inclusive sobre a venda da produção 
rural, que dão sustentabilidade a todo o sistema e garante o pagamento 
dos benefícios.  
• A Previdência Rural reflete a dinâmica 
produtiva da agricultura familiar e produz melhorias na qualidade de 
vida de milhares famílias no campo. Além de garantir a subsistência das 
famílias, as aposentadorias rurais são utilizadas para investimentos na 
propriedade e contribuem de forma decisiva para a permanência das 
famílias no campo e para a produção de alimentos que chegam diariamente à
 mesa dos brasileiros(as). A Previdência Rural também cumpre o papel de 
seguro agrícola em situações de emergência e de calamidade no campo. 
•
 A Previdência Rural é uma importante política de distribuição de renda e
 de fortalecimento da comércio/economia local de mais de 70% dos 
municípios brasileiros. Mais de 2/3 do valor total dos benefícios rurais
 são destinados a municípios com até 50 mil habitantes, o que 
corresponde a um volume de recursos na ordem de R$ 5,6 bilhões de 
reais/mês que são injetados mensalmente na economia desses pequenos 
municípios (dados de janeiro de 2016).  
• O trabalho rural é 
penoso e, atualmente, mais de 70% de homens e mulheres rurais já 
trabalham mais de 41 anos para ter acesso a uma aposentadoria no valor 
de um salário mínimo. O aumento na idade de aposentadoria irá exigir 
desses trabalhadores(as) maior tempo de labor rural,  em atividade 
penosa, o que lhes retira o direito a uma aposentadoria digna. É 
importante destacar que o  trabalho penoso reduz a capacidade de 
trabalho precocemente e a expectativa de vida. 
• A expectativa 
de vida dos trabalhadores e trabalhadoras rurais não é igual a dos(as)  
urbanos(as). Dados estatísticos da Previdência Social apontam que os 
trabalhadores rurais aposentados e aposentadas por idade vivem menos que
 os aposentados urbanos, especialmente as mulheres aposentadas rurais 
que estão vivendo, em média, cinco anos a menos que as mulheres 
aposentadas urbanas (IPEA, 2016).  
• Os agricultores(as) 
familiares contribuem para a Previdência Social mediante uma alíquota 
incidente sobre a venda da produção rural. Manter essa regra é 
necessário, pois se for exigido contribuição individual de cada membro 
da família para acesso aos benefícios previdenciários, muitos 
agricultores(as) serão excluídos desse sistema protetivo já que a 
maioria não consegue ter renda mensal devido a sazonalidade da produção 
rural e às condições climáticas que nem sempre permitem ao agricultor(a)
 obter renda proveniente da produção.  
FONTE: Assessoria de Comunicação CONTAG - Barack Fernandes