Equador é um dos 153 municípios do RN afetados pela escassez de água (Foto: Anderson Barbosa/G1)
O Governo do Rio Grande do Norte decretou, por mais 180 dias, a
situação de emergência em 153 municípios do estado – o equivalente a
91,6% das 167 cidades que compõem o território potiguar. O motivo? A pior seca da histórica do estado, que já causou prejuízo de R$ 4 bilhões. O decreto foi publicado nesta quinta-feira (23) no Diário Oficial do Estado (veja AQUI a íntegra do documento). Esta é a oitava vez seguida de decretação de emergência devido à estiagem.
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Em dezembro, o G1
publicou matéria mostrando que a mais longa e severa estiagem da
história do Rio Grande do Norte está fazendo o maior reservatório do
estado - a barragem Armando Ribeiro Gonçalves - secar. A reportagem
visitou sete cidades onde os canos estão secos ou há rodízio de água –
em uma delas, até uma cidade submersa pela represa reapareceu. A seca
afeta moradores, a produção agropecuária e até o PIB do estado.
Açude Pau dos Ferros, na região Oeste do estado, está quase vazio (Foto: Anderson Barbosa/G1)
De acordo com a Secretaria da Agricultura da Pecuária e da Pesca
(SAPE), a estiagem já causou prejuízos de mais de R$ 4 bilhões, o que
representa uma redução superior a 50% na contribuição do setor rural
para a formação do Produto Interno Bruto (PIB) do RN. Os prejuízos
também atingiram a Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte
(Caern). São mais de R$ 38 milhões de prejuízo somente nos anos de 2015 e
2016.Atualmente, 76 cidades estão com algum tipo de rodízio de abastecimento e 18, em colapso hídrico - quando a Companhia que fornece água admite que não tem condições de manter o abastecimento e as cidades passar a ser fornecimento por caminhões-pipa. Estão em colapso: Almino Afonso, Antônio Martins, Francisco Dantas, João Dias, José da Penha, Luís Gomes, Marcelino Vieira, Paraná, Pilões, Rafael Fernandes, São Miguel, Serrinha dos Pintos, Tenente Ananias, Venha-Ver, Bodó, Cruzeta, Lagoa Nova e Tenente Laurentino Cruz.
Barragem
Armando Ribeiro Gonçalves tem o nível mais baixo de água desde sua
construção, em 1983 (Foto: Anderson Barbosa e Fred Carvalho/G1)
O coordenador estadual de Proteção e Defesa Civil, Elizeu Lisboa Dantas disse que as chuvas registradas nos últimos dias no interior do Estado ainda são insuficientes para tirar as cidades da emergência. "Choveu, algumas barragens e açudes tomaram água, poucos até encheram. Mas isso ainda é insuficiente. Infelizmente, vamos ter que manter a emergência", falou.
O coordenador da Defesa Civil disse que o Governo do RN segue trabalhando junto ao Ministério da Integração na liberação de mais recursos. "Essa verba servirá para construção de novas adutoras de emergência, perfurações de poços e demais ações que visem contornar a grave situação pela qual esses municípios atravessam".
Com
a seca que assola o RN há cinco anos, animais mortos às margens das
rodovias que cortam o estado fazem parte de um cenário desolador (Foto:
Anderson Barbosa e Fred Carvalho/G1)
Segundo ele, até o momento, os repasses feitos pelo Governo Federal -
destinados a garantir a continuidade do fornecimento de água potável à
população, como também a contratação de uma empresa para monitorar o
roteiro dos veículos durante as rotas de captação e abastecimento -
somam R$ 12,7 milhões.Fonte: G 1
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