sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

Publicação de fila de cirurgia do SUS poderá se tornar obrigatória

A publicação, na internet, da fila de cirurgias eletivas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) poderá se tornar obrigatória. É o que prevê um projeto que será novamente apreciado pelos senadores na retomada do ano legislativo (PL 418/2024 – Substitutivo CD).

A proposta busca dar maior transparência e acesso à informação, de forma que pacientes e familiares possam saber a previsão da data de cirurgia e acessar resultados de exames. Pela lista, o paciente também poderá saber a posição que ocupa na fila de cirurgia.

O projeto prevê que os órgãos gestores do SUS em todas as esferas de governo serão responsáveis por publicar em seus sites oficiais as listas de pessoas que serão submetidas a cirurgias, bem como os resultados dos exames complementares. Essas informações estarão acessíveis aos gestores, profissionais de saúde e aos próprios pacientes ou seus responsáveis legais.

Ampliação

Do ex-senador Reguffe (DF), a matéria já havia sido aprovada no Senado em 2018. Na Câmara dos Deputados, o projeto foi ampliado e enviado ao Senado para nova análise. A matéria aguarda a votação na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), sob relatoria do senador Styvenson Valentim (Podemos-RN).

Entre os acréscimos promovidos pela Câmara, está a previsão do recebimento do resultado de exames em meio físico, sempre que solicitado pelo paciente. Outra mudança é a determinação de uma descrição clínica resumida do caso cirúrgico e as orientações necessárias para a realização de procedimento. Os deputados também incluíram medidas para proteger a privacidade dos dados dos pacientes, conforme a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD – Lei 13.709, de 2018).

As listas de pacientes deverão ser atualizadas quinzenalmente. No texto do Senado, a previsão era uma atualização semanal. O texto da Câmara também prevê que os estabelecimentos de saúde terão que repassar prontamente as informações aos órgãos gestores. O número de pacientes à espera de procedimentos, por especialidade e estabelecimento de saúde, terá que ser divulgado mensalmente, assim como o tempo médio de espera para cada uma delas.

O projeto ainda estabelece que os pacientes receberão, no ato da marcação do procedimento, um protocolo de encaminhamento contendo informações como a data da solicitação, a data e o local onde será feita a cirurgia ou demais intervenções. A desmarcação de procedimentos deverá ser justificada e comunicada ao paciente, informando a nova data prevista.

Histórico

A matéria foi aprovada de forma terminativa na CAS do Senado, em abril de 2018, como PLS 393/2015, e logo enviada para a análise da Câmara dos Deputados. Depois de receber mudanças, o projeto foi aprovado naquela Casa em fevereiro de 2024, tendo como relator do deputado Ruy Carneiro (Podemos-PB). Como foi modificado, o texto retornou para nova análise do Senado (PLS 418/2024 – SCD).

O senador Styvenson Valentim apresentou relatório favorável às mudanças feitas pelos deputados. Ele afirma que as alterações mostram “que o substitutivo aperfeiçoa o projeto original, o que pode contribuir para melhorar a gestão dos serviços do SUS em todas as localidades do país, especialmente no que tange aos agendamentos de cirurgias e outros procedimentos”. Para o relator, o projeto dará mais transparência ao sistema e facilitará o acesso dos usuários aos serviços de saúde.

Fonte: Agência Senado

 

MEC fortalece educação especial na perspectiva inclusiva

 


O Ministério da Educação (MEC), por meio da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi), vem empreendendo esforços para avançar na Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (Pneepei)

Desde 2023, houve a retomada de ações e programas que estavam paralisados ou que não haviam recebido recursos, além do investimento em iniciativas focadas no combate ao capacitismo, na formação de professores e na infraestrutura das escolas. 

Na perspectiva do MEC, a educação escolar se faz na convivência entre todas as pessoas em escolas e salas de aula comuns, reconhecendo e respeitando as diferentes formas de se comunicar, mover, perceber, relacionar, sentir e pensar. Com esse intuito, a pasta fortaleceu a Pneepei, que visa garantir acesso, participação e aprendizado em escolas comuns para estudantes com deficiência. 

Até 2026, o MEC prevê investir R$ 3 bilhões nessa política. Em todo o país, serão beneficiadas 38 mil escolas com a aquisição de equipamentos e materiais pedagógicos para o Atendimento Educacional Especializado (AEE). Desde 2023, o ministério já atendeu mais de 20 mil unidades escolares — inclusive estudantes com deficiência da educação infantil, do campo, quilombolas e indígenas tiveram acesso ao programa. 

Atendimento – Homologado em novembro de 2024, o Parecer nº 50/2023 do Conselho Nacional de Educação (CNE) traz orientações específicas para o público da educação especial e para o atendimento a estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O objetivo do documento é qualificar o suporte educacional para alunos autistas, de forma alinhada à Pneepei, além de orientar as redes de ensino a auxiliarem as demandas familiares. 

Rede Nacional de Autodefensoria – Em maio de 2024, o MEC criou a Rede Nacional de Autodefensoria contra o Capacitismo e a Favor da Educação Inclusiva. Composta por 80 autodefensores, a rede atuará no combate ao capacitismo no contexto escolar e em defesa da educação inclusiva.  

Formação – O MEC e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) ofertarão mais 1,2 milhão de vagas para o curso de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva até 2026. As inscrições foram iniciadas ainda em 2024, com 250 mil vagas e investimento de R$ 20 milhões, e as aulas começarão em março de 2025. Participam da iniciativa 50 instituições públicas de ensino superior de todas as regiões do país.  

Além dessa formação, são oferecidos outros cursos via Rede Nacional de Formação Continuada dos Profissionais do Magistério da Educação Básica Pública (Renafor). No ano passado, foram ofertados 77 cursos (50 para professores e 27 para gestores), com mais de 30 mil vagas. 

PDDE-SRM – Por meio do Programa Dinheiro Direto na Escola Salas de Recursos Multifuncionais (PDDE-SRM), o MEC investiu aproximadamente R$ 200 milhões em mais de 9 mil escolas em 2024. Os recursos são destinados à aquisição de materiais pedagógicos, equipamentos multifuncionais e tecnologia assistiva para o Atendimento Educacional Especializado aos estudantes-público da educação especial matriculados em classes comuns do ensino regular das redes públicas estaduais, municipais e distrital. 

Governo Federal vai destinar R$ 150 milhões para ampliação da vacinação nas escolas

 

O Ministério da Saúde vai destinar R$ 150 milhões para fortalecer a vacinação nas instituições educacionais de todo o país. Os recursos serão repassados para estados e municípios aplicarem em ações nas escolas e para intensificação vacinal.

A imunização terá apoio do Programa Saúde na Escola . A estratégia foi acordada, nesta quinta-feira (30), com estados e municípios durante a primeira reunião de 2025 da Comissão Intergestores Tripartite (CIT) .

A Iniciativa está prevista para ocorrer entre abril e maio de 2025 e tem como foco garantir o acesso aos imunizantes do Calendário Nacional de Vacinação . É voltada a crianças e adolescentes menores de 15 anos de idade, matriculados nos ensinos infantil, fundamental e médio – podendo ser estendida também às escolas privadas. Os dados da vacinação nas escolas poderão ser acompanhados nos sistemas de informação do Ministério da Saúde, garantindo maior transparência e controle sobre a imunização de jovens no país.

“Esta é uma ação para intensificar a vacinação no nosso país e reduzir o risco de doenças imunopreveníveis entre as crianças e adolescentes. Assim como fizemos em 2024, estamos promovendo um trabalho de recuperação da cobertura vacinal no Brasil e as escolas precisam estar engajadas nesse processo”, destaca a ministra da Saúde, Nísia Trindade.

Do total dos recursos, R$ 15,9 milhões serão repassados aos estados e R$ 134 milhões aos municípios, conforme explica o diretor do Departamento do Programa Nacional de Imunizações (DPNI), Eder Gatti. “A divisão dos recursos entres os estados considera o tamanho do território. Também leva em conta as dificuldades logísticas importantes existentes em municípios da região Norte, o número de escolas e um peso diferenciado para escolas rurais”.

A estratégia da vacinação nas escolas também busca identificar e reduzir bolsões de não vacinados, além de reduzir a hesitação vacinal.

Além de todas as vacinas do calendário básico, serão ofertados imunizantes essenciais para a proteção das crianças:

  • Para crianças a partir de 8 meses e menores de 5 anos (ensino infantil):Febre Amarela, Tríplice Viral e Tríplice Bacteriana (DTP);
  • Para crianças a partir de 5 anos e adolescentes menores de 15 anos (ensino infantil, ensino fundamental e ensino médio):Febre Amarela, Tríplice Viral, Tríplice Bacteriana (DTP), Meningocócica ACWY e HPV.

Atualização da caderneta de vacinação

O Ministério da Saúde também vai promover ações gerais para atualização da situação vacinal de crianças e de adolescentes até 15 anos, além da intensificação de vacinação na rotina. Também estão previstas ações para busca ativa da população de não vacinados. As ações contemplam todas as vacinas do calendário básico de vacinação. O período de realização proposto e de outubro a novembro de 2025.

O que é o Programa Saúde na Escola?

O Programa Saúde na Escola (PSE) envolve os Ministérios da Saúde e o da Educação. Foi construído com políticas e ações voltadas às crianças, adolescentes, jovens e adultos da educação pública brasileira. Para além de ações no campo da saúde, a estratégia busca melhorar a qualidade de vida dos educandos, reduzir a evasão escolar e a intermitência de frequência escolar por questões sociais individuais e coletivas.

Ministério da Saúde

BB alerta sobre golpe de falso concurso: não há previsão para novo certame

 

O Banco do Brasil lamenta a divulgação de notícias falsas e a desinformação que circula em alguns sites na internet e perfis de redes sociais a respeito do assunto. O BB reforça que não há definição sobre um novo concurso no momento e, por padrão administrativo, sempre comunica formalmente toda e qualquer novidade relevante sobre o tema.

Cuidado com “golpe do falso concurso”

A desinformação é um prato cheio para golpistas. O Banco do Brasil sempre orienta seus clientes e a sociedade em geral a consultar o site oficial e demais canais oficiais do Banco para informações sobre a empresa. Diante disso, o Banco do Brasil alerta sobre uma nova prática de golpe que tem circulado em alguns perfis em redes sociais utilizando indevidamente o nome da instituição.

O golpe começa com uma página de inscrição falsa, que simula ser a do Banco. Ao clicar no link do site falso, o usuário é direcionado para um segundo ambiente online, também falso, que solicita pagamento de determinada quantia via Pix ou boleto para inscrição e apostila de estudos. 

O Banco reforça que não estão abertas inscrições para nenhum concurso do Banco do Brasil e não há qualquer definição sobre um novo certame.

  • Confira dicas de segurança e procedimentos para este tipo de situação:
  • Desconfie de links recebidos por e-mail, SMS e redes sociais.
  • Mensagens com informações alarmantes ou urgentes geralmente são falsas.
  • Consulte sempre o site e demais canais oficiais do BB ou canais de informação confiáveis.
  • Confira sempre o destinatário antes de fazer uma transferência, Pix ou qualquer tipo de pagamento.

Caso o cliente do Banco do Brasil tenha feito o pagamento do boleto ou Pix, pode fazer a contestação via canais de atendimento do BB; caso o pagamento tenha sido feito em outro banco, também deve contestar na própria instituição financeira.

Canais oficiais do BB
www.bb.com.br
Central de Relacionamento BB, 24h por dia: 4004 0001 (capitais e regiões metropolitanas) ou 0800 729 0001 (demais localidades)
SAC: 0800 729 0722


Colagista caicoense Gabriel Fernandes vai brilhar na telinha da Globo neste sábado, 01

 

Neste sábado (1º), o talentoso colagista caicoense será o destaque do programa Pequenas Empresas & Grandes Negócios, exibido pela TV Globo. A atração, apresentada por Pedro Lins, vai ao ar a partir das 07h50 e traz um olhar sobre a arte e o empreendedorismo de quem faz da criatividade um caminho de sucesso.

O artista, que tem se destacado no cenário artístico, compartilha com a Globo sua jornada e o processo por trás das obras que unem técnica e emoção. Emocionado com o convite para participar do programa, ele revela: “Eu recebi o convite para participar de forma muito inesperada. Fizemos reuniões para eles entenderem tudo por trás da minha criação artística e do meu jeito de empreender com a arte que tanto amo.”

O programa foi gravado no próprio ateliê do artista, localizado no interior do Rio Grande do Norte, e ele destaca o impacto de ter uma equipe de São Paulo vindo até Caicó para registrar sua história. “Eles vieram de São Paulo só para gravar aqui no ateliê, no interior do RN? Eu fiquei sem acreditar”, conta, refletindo sobre a emoção de ver seu trabalho ganhando visibilidade nacional.

Para o colagista, a participação na Globo representa mais do que uma conquista pessoal: “A gente pensa na televisão como algo tão distante e utópico, mas quando você está nela, você fica com um sentimento de que está no caminho certo. A visibilidade que a Globo tem é internacional. Ver o meu trabalho enraizando nas casas dos brasileiros é emocionante e me deixa ansioso para o futuro.”

Com a sua arte conquistando cada vez mais espaço, ele expressa orgulho de levar a cultura de Caicó para todo o Brasil. “Caicó está no mapa do Brasil, pode ter certeza que para onde estou indo, levo toda a minha bagagem e cultura junto comigo.”

Não perca a chance de acompanhar essa emocionante história de sucesso e dedicação neste sábado, a partir das 07h50, no Pequenas Empresas & Grandes Negócios, na TV Globo!



Adjuto Dias comemora sanção de lei de sua autoria que reconhece Santuário do Rosário como patrimônio cultural do RN

 


O deputado estadual Adjuto Dias celebrou a sanção da lei de sua autoria que reconhece a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, em Caicó, como Patrimônio Cultural, Histórico, Religioso Material do Estado do Rio Grande do Norte. O parlamentar destacou a importância do santuário para a história e identidade do estado, reforçando seu compromisso com a preservação da memória e da cultura potiguar.

A Igreja de Nossa Senhora do Rosário de Caicó é um dos mais antigos monumentos religiosos do Seridó. Construída no século XVIII, sua trajetória está profundamente ligada à fé e à resistência da comunidade afrodescendente da região, que há séculos mantém vivas suas tradições através da Festa do Rosário, uma das celebrações mais emblemáticas do estado.

Para Adjuto Dias, o reconhecimento fortalece a valorização do patrimônio cultural e incentiva a preservação do legado histórico de Caicó. “Essa conquista simboliza o respeito a nossa cultura e as nossas raízes. O Santuário do Rosário é um espaço de fé e de memória, e agora, oficialmente, um patrimônio protegido do povo potiguar”, afirmou o deputado.

Prazo para empresa excluída do Simples regularizar situação acaba hoje

 

                                              © Joédson Alves/Agência Brasil

Microempreendedores individuais (MEIs) e pequenas empresas excluídas do Simples Nacional têm até hoje (31) para optar novamente e continuar com os benefícios do regime simplificado.

O Simples Nacional é um regime tributário diferenciado e simplificado, que unifica tributos federais, estaduais e municipais para MEIs e empresas com faturamento anual de até R$ 4,8 milhões.

Segundo a Receita Federal, a opção está disponível para contribuintes excluídos do Simples Nacional em 2024 e que desejam retornar ao regime, incluindo os que não regularizaram débitos vinculados aos Termos de Exclusão enviados entre os dias 30 de setembro e 4 de outubro.

No total, 1.876.334 contribuintes receberam o termo e regularizaram débitos no prazo previsto na legislação, segundo a autarquia. Eles continuarão no regime do Simples de forma automática. Não é necessário, portanto, renovar a opção.

Já os 1,5 milhão de contribuintes que não regularizaram sua situação começaram a ser excluídos do regime no dia 1º de janeiro. Para que esses CNPJs possam reingressar no regime são oferecidas diversas opções para sua regularização, incluindo parcelamento e transação.

A Receita esclarece ainda que a exclusão não significa o fechamento do negócio, que poderá continuar operando e emitindo notas fiscais, mas deixa de contar com as vantagens do regime tributário simplificado.

Para saber se será excluído ou não do Simples Nacional, o contribuinte deve acessar a aba Consulta Optantes no portal da Simples Nacional. “Entretanto, imprescindível observar que o CNPJ – para ingressar ou reingressar no Simples – deve estar em regularidade com as administrações tributárias da União, estados, Distrito Federal e municípios”, esclareceu a Receita Federal.

No portal, é possível retirar o relatório de pendências fiscais; realizar o pagamento à vista ou parcelar os débitos e pagar a primeira parcela, conforme as condições oferecidas pela Receita Federal.

“Quem tem débitos inscritos na Dívida Ativa da União pode usar o Portal Regularize (https://www.gov.br/pgfn/pt-br/servicos/orientacoes-contribuintes/acordo-de-transacao/edital-pgdau-7-2024/transacao-conforme-a-capacidade-de-pagamento-para-debitos-do-simples-nacional) da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) para fazer a regularização com descontos de 100% nos juros e multas e parcelamento em até 133 vezes”, informou a Receita.

Após regularizar as pendências, a solicitação de reenquadramento no Simples Nacional deve ser feita diretamente no portal do Simples Nacional.

Dados da Receita Federal mostram que, atualmente, 23,4 milhões de contribuintes são abrangidos pelo Simples Nacional, sendo 16 milhões microempreendedores individuais (MEI).

A Receita projeta – até 31 de janeiro – um número de pedidos formulados compatível com os anos anteriores – em torno de 1,2 milhão de contribuintes.

Fonte: Agência Brasil


Em 16 anos, Estados Unidos deportaram 5 milhões de imigrantes


                                            © REUTERS/Washington Alves/Proibida reprodução

As promessas de campanha de Donald Trump, que anunciou que pretende deportar milhões de imigrantes, e as primeiras ações do novo presidente norte-americano acenderam um sinal de alerta para os estrangeiros que vivem ilegalmente nos Estados Unidos.

Dados do Departamento de Segurança Interna (DHS) dos Estados Unidos mostram, no entanto, que grandes números de remoções de estrangeiros do país são uma marca da política norte-americana nos últimos anos e não uma exclusividade do novo presidente.

Nos últimos 16 anos, período que inclui dois mandatos do democrata Barack Obama, o primeiro mandato de Trump (Republicano) e a gestão de Joe Biden (Democrata), as remoções de imigrantes do país chegaram a cinco milhões de pessoas.

O termo deportação parou de ser usado oficialmente nos Estados Unidos em 1996. Desde então, o governo americano passou a chamar o processo de repatriação, algo dividido em duas categorias: remoção e retorno.

A remoção é quando o imigrante está ilegalmente no território americano e é alvo de uma ordem de remoção do país. Portanto, há penalidades administrativas para ele, que pode incluir a proibição de voltar aos Estados Unidos por alguns anos.

O retorno ocorre quando o imigrante (ou mesmo um visitante) está em um ponto de fronteira e tem sua entrada negada pelos Estados Unidos ou quando ele decide deixar o país antes da emissão de uma ordem de remoção. Nesse caso, não há penalidades administrativas.

Nesse período de quatro gestões presidenciais, o maior número de remoções foi feito durante os governos de Obama, quando, em média, 380 mil imigrantes foram deportados através de ordens de remoção.

Em seus oito anos à frente da Casa Branca, Obama removeu cerca de três milhões de pessoas. Foi também durante o seu governo que houve o recorde anual de retirada forçada de imigrantes dos Estados Unidos: 432 mil em 2013.

O grande número de remoções em seus dois mandatos fez com que Obama fosse apelidado, por ativistas de direitos humanos, de Deporter-in-Chief (Deportador-chefe).

“Apesar da retórica humanista sobre o tema, a administração Obama alegou que a deportação era uma medida destinada apenas a imigrantes sem documentos de permanência e que cometeram crimes violentos. Todavia, a justificativa é questionável, inclusive pela quantidade de deportados”, afirma o professor de História da América, Roberto Moll, da Universidade Federal Fluminense (UFF), no Rio de Janeiro.

Moll explica que Obama introduziu o Deferred Action for Childhood Arrivals (Daca) [Ação diferida para chegadas na infância] em 2012, um programa que permitiu que jovens imigrantes que entraram nos Estados Unidos sem documentos de permanência obtivessem permissões de trabalho e proteção temporária contra deportação.

Sucessor de Obama, Trump assumiu o governo em 2016, com a promessa de endurecer as ações contra a imigração ilegal, inclusive com a construção de um muro na fronteira com o México. Apesar da retórica, o republicano não superou as remoções promovidas durante a gestão do antecessor.

 Segundo dados dos DHS, entre os anos fiscais de 2017 a 2020 (ou seja, de outubro de 2016 a setembro de 2020), período que o país foi majoritariamente presidido por Trump, houve 1,2 milhão de remoções.

“Entretanto, o governo Trump instaurou uma política de tolerância zero, que não estabeleceu nenhum critério baseado na criminalidade. Inclusive, separou famílias de imigrantes sem documentação de permanência e aprisionou crianças. O governo Trump tentou acabar com o Daca, mas foi derrotado na Suprema Corte. Durante a pandemia de Covid-19, recorreu aos códigos de saúde pública, conhecido como Title 42, para deportar rapidamente imigrantes na fronteira, sem permitir que solicitassem asilo, alegando que a medida era necessária para conter a disseminação do vírus”, destacou Moll.

Outra medida de Trump, segundo o professor, foi a  Remain in Mexico [Permanecer no México], política de obrigar as pessoas em busca de asilo a esperar, no México, a análise do pedido e não em solo americano. “Isso gerou uma verdadeira crise na fronteira e nas cidades mexicanas de fronteira, com centenas de milhares de imigrantes acampados ou em condições precárias de espera”.

Em 2021, o partido democrata voltou ao poder, com o presidente Joe Biden. Apesar de não ter uma retórica anti-imigração tão contundente quanto Trump, o novo presidente manteve as remoções no patamar de mais de 100 mil por ano.

Sob Biden, as remoções de imigrantes cresceram ano após ano, passando de 85 mil em 2021 para 330 mil em 2024. No total, quase 700 mil pessoas foram removidas dos Estados Unidos nesses quatro anos.

No entanto, durante seus três primeiros anos à frente da Casa Branca, Biden manteve a política de barrar os imigrantes ainda na fronteira, com base em um artigo do código de saúde pública dos EUA (conhecido como Title 42). De outubro de 2020 a maio de 2023, (mês em que a deportação com base no Title 42 foi suspensa), 2,8 milhões de imigrantes foram impedidos de entrar no país.

Mas, segundo Moll, Biden trouxe avanços, entre eles a própria revogação das deportações com base nos códigos de saúde.

“O governo Biden revogou a política de deportação cassada no Title 42 e a política de Remain in México, reforçou o Daca e tentou introduzir uma reforma da política migratória que esbarrou na oposição trumpista no Congresso”, afirmou.

Mesmo antes de Obama, o número de deportações por presidentes americanos já superava os milhões. Em seus oito anos de governo (2001 a 2008), o republicano George W. Bush havia deportado cerca de dois milhões de imigrantes.

“O governo de W. Bush e os atentados terroristas de 11 de setembro trouxeram mudanças significativas para imigrantes, sobretudo aqueles sem documentos para entrar e permanecer nos Estados Unidos. Em função dos atentados, o governo W. Bush adotou políticas mais rigorosas para a imigração e incrementou a militarização da fronteira, processo que vem desde os anos 1980”, explica Roberto Moll.

Antes de Bush, Bill Clinton chegou a remover cerca de 870 mil imigrantes, um número próximo de um milhão.

Há ainda milhões de imigrantes “retornados” dos Estados Unidos, muitos dos quais nem sequer conseguiram entrar no país porque foram barrados nos pontos de fronteira.

De acordo com dados do DHS, foram realizados 4,1 milhões de retornos de pessoas nos últimos 16 anos, ou seja, nas eras Obama, Biden e Trump (primeiro mandato). Isso sem contar os três milhões expulsos com base no código sanitário durante a pandemia (nos mandatos de Trump e Biden). Nos 16 anos de Bush e Clinton (1993 a 2008), foram promovidos 19,7 milhões de retornos.

Para a professora da Fundação Getulio Vargas (FGV), Carla Beni, o que diferencia Trump dos outros presidentes recentes é o seu discurso, que atribui ao imigrante o rótulo de “delinquente”. “Trump é profundamente midiático, ele vai governar os Estados Unidos como se fosse um reality show”.

Segundo o coordenador do Laboratório de Análise Política Mundial (Labmundo), Rubens Duarte, a rigidez contra os imigrantes ilegais não é nova, mas o que Trump fez foi transformar a situação em uma “caça às bruxas”.

“O Trump repete incessantemente alguns absurdos como associar os imigrantes a crimes, a insanidades. A gente não pode esquecer que ele, mais de uma vez, disse que os países do Sul, principalmente os sul-americanos, estavam enviando presidiários e pessoas que estavam em manicômios para os Estados Unidos. Chegou a dizer que os níveis de violência em alguns países latino-americanos caíram porque teriam enviado os criminosos daqueles países para os Estados Unidos”, finaliza.

Fonte: Agência Brasil

Deportações de brasileiros dos EUA cresceram depois de acordo de 2018

 

                                                        © Gov AM/Divulgação

O número de remoções de imigrantes brasileiros dos Estados Unidos (EUA) voltou a crescer depois de acordo assinado, em 2018, entre os presidentes dois países na época, o brasileiro Michel Temer e o norte-americano Donald Trump (que estava em seu primeiro mandato). O acordo bilateral permitiu a realização de voos de repatriação de imigrantes ilegais que não tinham mais possibilidade de recursos junto à administração norte-americana.

Segundo os dados mais recentes do Departamento de Segurança Interna (DHS) dos Estados Unidos, de 2018 a 2022, 11.300 brasileiros foram removidos do território norte-americano, 65% a mais do que foi registrado nos cinco anos anteriores (2013 a 2017), 6.800.

A repatriação de brasileiros ocorreu ao mesmo tempo em que houve uma queda nos processos de remoção de imigrantes estrangeiros de uma forma geral (ou seja, de todas as nacionalidades). De 2013 a 2017, os EUA retiraram do país 1,8 milhão de pessoas, número que caiu para 1,1 milhão no período de 2018 a 2022, ou seja, um recuo de 38%.

Os dados incluem apenas os imigrantes que foram deportados dos Estados Unidos através de uma ordem de remoção, por isso o processo é chamado de “remoção”. Outro tipo de deportação, chamada de “retorno”, cujos dados não estão informados nesta reportagem, inclui os estrangeiros que são impedidos de entrar no país nos pontos de fronteira ou que decidem deixar os EUA voluntariamente.

A Polícia Federal informou que, de 2020 a 2024, o Brasil recebeu 94 voos de repatriação, trazendo 7.637 brasileiros. “Estes números se referem a apenas voos fretados da ICE (ICE | U.S. Immigration and Customs Enforcement), usados para deportar os detidos em centros de detenção (fronteira do México)”, informa nota da Polícia Federal.

Questionada pela Agência Brasil, a PF não respondeu se os passageiros foram transportados algemados ou não.

Logo após assumir seu segundo mandato como presidente dos Estados Unidos, Donald Trump determinou a realização de seus primeiros voos de repatriação, inclusive um para o Brasil, no dia 24 de janeiro.

A forma como foi realizado o voo, que trazia 88 brasileiros, recebeu críticas do governo brasileiro, uma vez que os passageiros foram transportados com algemas, nas mãos e nos pés. Além disso, a aeronave apresentou problemas no ar-condicionado.

No sábado (25), ao receber os passageiros do primeiro voo de repatriação, em Belo Horizonte, a ministra dos Direitos Humanos e Cidadania, Macaé Evaristo, disse que os países têm suas próprias políticas imigratórias, mas não podem violar os direitos das pessoas.

“O uso indiscriminado de algemas e correntes viola os termos de acordo com os EUA, que prevê o tratamento digno, respeitoso e humano dos repatriados”, informou o Itamaraty, o Ministério das Relações Exteriores brasileiro, por meio de nota divulgada na manhã de domingo (26).

“O governo brasileiro considera inaceitável que as condições acordadas com o governo norte-americano não sejam respeitadas. O Brasil concordou com a realização de voos de repatriação, a partir de 2018, para abreviar o tempo de permanência desses nacionais em centros de detenção norte-americanos, por imigração irregular e já sem possibilidade de recurso”.

Na segunda-feira (27), o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski afirmou que as deportações precisavam respeitar os direitos fundamentais das pessoas. “Não queremos provocar o governo americano até porque a deportação está prevista em um tratado que vige há vários anos entre o Brasil e os Estados Unidos e que autoriza a deportação. Mas, obviamente, essa deportação tem que ser feita com respeito aos direitos fundamentais das pessoas, sobretudo daquelas que não são criminosas”.

Na terça-feira (28), o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania anunciou que instalaria um posto de acolhimento no Aeroporto Internacional de Confins, em Belo Horizonte, para receber os possíveis próximos voos de repatriação.

“Nossa expectativa é que a gente possa trabalhar para garantir que famílias não venham separadas, que esses passageiros [deportados] tenham boas condições de água, alimentação e inclusive de temperatura [do avião], que me parece que foi a coisa mais prejudicial no processo desse voo”, afirmou a ministra Macaé Evaristo.

Na quarta-feira, o Itamaraty anunciou a criação de um grupo de trabalho com a Embaixada dos EUA em Brasília, para trocar informações sobre os brasileiros deportados. O objetivo é estabelecer uma linha direta de comunicação entre os membros do grupo e permitir que haja acompanhamento em tempo real dos próximos voos de repatriação.

Fonte: Agência Brasil





Santuário do Rosário, em Caicó, é reconhecida como Patrimônio Cultural do Rio Grande do Norte



A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, sancionou a Lei nº 12.046, de 29 de janeiro de 2025, que reconhece a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, localizada no município de Caicó, como Patrimônio Cultural, Histórico e Religioso Material do estado.

A nova legislação reforça a importância da igreja, que é um dos marcos históricos e religiosos da região do Seridó. O reconhecimento oficial garante maior proteção ao templo e valoriza sua relevância para a cultura potiguar.

A lei foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) desta quarta-feira, 30 de janeiro de 2025, e entrou em vigor na data de sua publicação.

Intenção de compra da famílias tem alta de 0,2% em janeiro

                                         © Valter Campanato/Agência Brasil

O índice que mede a intenção de compra das famílias (ICF) teve alta de 0,2% em janeiro, chegando a 104,9 pontos. Apesar de seguir a tendência de alta observada em dezembro de 2024, o indicador apresentou uma queda de 0,9% em relação a janeiro de 2024. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (30) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

O ICF é um indicador que mede o potencial das vendas do comércio, apurado mensalmente pela CNC. Os resultados medem o grau de satisfação e insatisfação dos consumidores. Quando o índice, que vai até 200 pontos, está abaixo de 100 pontos, indica insatisfação. Já quando está acima de 100 pontos, é um indicativo de satisfação.

A pontuação observada em janeiro, portanto, indica satisfação. De acordo com a CNC, apesar do desafio no momento atual, consumidores se mostram confiantes no futuro.

Segundo a Confederação, as famílias de maior renda e as mulheres foram mais cautelosas em consumir. As famílias que ganham acima de 10 salários mínimos (o equivalente a R$ 15.180) apresentaram retração de 0,2% em janeiro em relação a dezembro de 2024. Já as de menor renda avançaram 0,3%.

Na comparação anual, entre as mulheres, a intenção de consumo caiu 1,4% na comparação entre janeiro de 2025 com janeiro de 2024. Entre os homens, essa queda foi de 0,4%. Os motivos, de acordo com a CNC, são as restrições do acesso ao crédito e as perspectivas profissionais.

A ICF é calculada com base em questionário aplicado a 18 mil brasileiros e analisa sete indicadores que refletem a satisfação do consumidor. A maioria dos componentes registrou alta, com exceção dos indicadores que medem a satisfação das pessoas em relação ao Emprego Atual, à Renda Atual e ao Acesso ao Crédito, sendo este último o que apresentou maior redução, de 0,8%.

Na análise da CNC, o acesso ao crédito continua sendo um ponto sensível. “O aumento dos juros impacta o consumo, por causa da importância do crédito para o aquecimento do comércio”, destaca o economista da CNC João Marcelo Costa.

Já o indicador que apura a satisfação dos consumidores em relação ao Momento para o Consumo de Bens Duráveis avançou 1%. O indicador, no entanto, está em 72,4 pontos, o que indica ainda insatisfação, apesar do crescimento em relação a dezembro.

Apesar de registrar uma queda de 0,3%, o Emprego Atual permanece como o subindicador mais bem avaliado da ICF, com 126,3 pontos, demonstrando que os consumidores estão confiantes no mercado de trabalho.

O indicador de Perspectiva Profissional para os próximos meses segue em alta, tendo um acréscimo de 0,3% em janeiro, o que, de acordo com a CNC, demonstra esperança das famílias em melhores condições econômicas. Esse indicador chegou a 114,2 pontos.

Comparando janeiro de 2025 com janeiro de 2024, o indicador de Perspectiva Profissional teve uma queda este ano de 2,9%. Consideradas apenas as mulheres, a queda foi ainda maior, de 4,1%, contra a de 2% dos homens. Evidenciando, de acordo com Costa, que historicamente, as mulheres enfrentam desafios adicionais, o que pode intensificar a cautela diante de um cenário econômico mais desafiador.

Além disso, segundo o economista, boa parte das famílias brasileiras têm as mulheres como principais provedoras, sendo “natural que elas adotem uma postura mais prudente”, diz análise da CNC. 

 

 

Fonte: Agência Brasil

 

STJ mantém corte de ponto de peritos do INSS que estão em greve

 

                                          © Marcello Casal JrAgência Brasil

O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Herman Benjamim, negou pedido da Associação Nacional dos Peritos Médicos Federais (ANMP) para suspender o corte de ponto de parte dos médicos peritos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que estão em greve.

Cerca de 10% dos profissionais estão em greve parcial desde agosto de 2024. Os peritos médicos federais cobram do governo federal medidas para restruturação da carreira e avaliação de desempenho dos servidores.

Na decisão proferida nessa terça-feira (28), o ministro também manteve a validade da circular do órgão que fechou a agenda dos médicos grevistas, permitindo que os atendimentos dos segurados sejam transferidos para os profissionais que não aderiram ao movimento grevista.

Para o presidente do STJ, o direito de greve dos médicos não impede o corte de ponto. Além disso, Herman Benjamim disse que o fechamento da agenda de atendimentos dos médicos não configura lockdown [maneira restritiva obrigatória que impede a circulação em lugares públicos e apenas libera atividades consideradas essenciais], medida para impedir o trabalho dos servidores e frustrar os efeitos da greve.

“O ofício circular [do INSS] não configura lockout [paralisação temporária das atividades de uma empresa, realizada pelo empregador] porque não determina o fechamento total e absoluto do atendimento médico nas agências da Previdência Social, mas apenas estabelece medida de gerenciamento a respeito da sua realização, segundo a qual apenas os profissionais que permanecerão no desempenho de suas funções deverão proceder os agendamentos”, decidiu o ministro.

Na segunda-feira (27), o INSS informou que as perícias marcadas com médicos que estão em greve passaram a ser automaticamente reagendadas pela Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev) para outro perito que está atendendo normalmente.

Segundo o órgão, os segurados que precisam passar por perícia serão notificados sobre o dia e o horário do novo agendamento por meio da Central 135 ou pelo aplicativo Meu INSS (mensagens automáticas).

Após o anúncio da decisão, a Associação Nacional dos Peritos Médicos Federais criticou a medida do governo. “Os peritos médicos federais que vinham fazendo greve no modelo parcial e ainda atendiam uma parcela significativa de pessoas por dia terão suas atividades completamente bloqueadas e, a partir de hoje, cerca de 15 mil perícias serão canceladas por dia”, afirmou a entidade. 

 

Fonte: Agência Brasil





Lula diz que relação com Trump será de reciprocidade

 

                                                     © Jose Cruz/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira (30) que buscará uma relação de respeito com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, empossado para um novo mandato na semana passada. A declaração foi dada durante entrevista a jornalistas, no Palácio do Planalto.

“Eu já governei o Brasil com presidente republicano, já governei com presidente democrata. E a minha relação é sempre a mesma, a relação é de um Estado soberano com outro Estado soberano. O Trump foi eleito para governar os Estados Unidos e eu fui eleito para governar o Brasil”, afirmou Lula.

Caso o presidente dos EUA concretize declarações recentes de que poderia impor tarifas de exportação contra produtos de países como o Brasil, Lula destacou que a postura do governo será a de reciprocidade, com taxação inversa de produtos norte-americanos importados pelo Brasil. “Se ele taxar os produtos brasileiros, haverá reciprocidade do Brasil em taxar os produtos americanos. É simples, não tem nenhuma dificuldade”.

Lula ainda criticou a decisão do presidente dos EUA de retirar aportes financeiros à Organização Mundial da Saúde (OMS) e a saída do Acordo de Paris, para conter o aquecimento global. “Regressão à civilização humana”, disse o presidente brasileiro. Ele ainda indicou que Trump deve respeitar a soberania de outros países, ao mencionar as controvérsias recentes entre o americano e os governos da Groenlândia e do Panamá.

Na seara doméstica, Lula foi questionado sobre a expectativa para as eleições nas novas mesas diretoras da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, que ocorrem neste fim de semana.

Na Câmara, até o momento, dois deputados se declararam oficialmente como candidatos. Hugo Motta (Republicanos-PB) é o grande favorito, com apoio de praticamente todas as bancadas, dos governistas à oposição, incluindo o atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O deputado pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ), também oficializou sua candidatura pela oposição de esquerda.

No Senado, o favorito é Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Ele foi presidente da casa de 2019 a 2020 e conta com amplo apoio das principais bancadas para retornar ao cargo.

“O presidente da República não se mete nisso. O meu presidente do Senado é aquele que ganhar. E o da Câmara, é aquele que ganhar. Quem ganhar, eu vou respeitar e estabelecer uma nova relação. Já demos demonstração que não tem dificuldade de governar se você tiver muita disposição de muita conversa”, disse Lula. 

O presidente reforçou que continuará apostando na articulação política que vem mantendo com o Congresso.

Fonte: Agência Brasil


Brasil sediará reunião com ministros da Agricultura da África

 

                                                  © Jose Cruz/Agência Brasil

O Brasil sediará, em maio próximo, a primeira reunião de altas autoridades desde o lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, no fim de 2024, na Cúpula do G20.

O encontro terá ministros da Agricultura de todos os países da África. Eles discutirão formas de aumentar a produtividade agropecuária. A informação foi divulgada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quinta-feira (30), em Brasília, em entrevista a jornalistas, no Palácio do Planalto.

“Nós vamos fazer uma reunião para mostrar o que temos de bom no Brasil, levar eles [ministros] a campo para ver o que está acontecendo de bom, e depois fazer uma reunião técnica, coordenada pela Embrapa, pelo Ministério das Relações Exteriores, pra gente transferir um pouco de conhecimento para os nossos companheiros africanos e ver se a gente combate a fome de verdade”, destacou Lula.

A aliança conta com a adesão de 82 países, 24 organizações internacionais, nove instituições financeiras e 34 organizações filantrópicas e não governamentais. Entre os objetivos, a iniciativa pretende alcançar 500 milhões de pessoas com transferência de renda; 150 milhões de crianças com alimentação escolar; 200 milhões de mulheres e crianças de até seis anos com saúde e acompanhamento da gestação e primeira infância, além de 100 milhões de pessoas com emprego e empreendedorismo.

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) estima que entre 713 milhões e 757 milhões de pessoas podem ter passado fome em 2023 – uma em cada 11 pessoas no mundo e uma em cada cinco na África.

Fonte: Agência Brasil



“Maior programa de crédito do país”, diz Lula sobre consignado CLT

 

© Jose Cruz/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou nesta quinta-feira (30) a proposta, em elaboração no governo, para garantir que trabalhadores com carteira assinada (CLT) do setor privado possam ter acesso a crédito consignado com juros mais baixos.

“Parecia uma coisa impossível e ontem chegamos a um acordo [com os bancos]. Vai ser o maior programa de crédito da história desse país. Se prepare, vem uma bomba boa de crédito nesse país”, celebrou o presidente, em entrevista coletiva a jornalistas, no Palácio do Planalto, em Brasília.

“Eu acho que pouco dinheiro nas mãos de muitos significa distribuição e renda e muito dinheiro nas mãos de poucos significa miséria”, reforçou. “Falta alguns ajustes de linguagem jurídica na lei que queremos mandar”, completou.

A ideia do governo é criar uma plataforma que permita aos bancos e instituições financeiras acessar diretamente o perfil de crédito do celetista por meio do eSocial, o sistema eletrônico obrigatório que unifica informações trabalhistas, previdenciárias e fiscais de empregadores e empregados de todo o país. Para isso, o presidente deve editar uma medida provisória ou enviar um projeto de lei ao Congresso Nacional. A previsão é que isso ocorra nem fevereiro.

O crédito consignado é um empréstimo que tem as parcelas descontadas diretamente do salário ou benefício do devedor. É uma modalidade de crédito que oferece taxas de juros mais baixas e é uma das mais utilizadas no Brasil, especialmente por servidores públicos e aposentados e pensionistas do Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS).

A legislação que trata do consignado já permite que trabalhadores com carteira assinada possam ter acesso a este tipo de empréstimo, descontado do salário, mas ele requer a assinatura de convênios entre empresas e bancos, o que, na prática, dificulta que pequenas e médias empresas, e muitas grandes empresas também, possam aderir ao modelo em larga escala.

Na proposta do governo, que ainda será apresentada, as regras sobre limites do consignado para trabalhadores celetistas deverão permanecer como estão, como o teto de 30% do salário comprometido com o empréstimo e a possibilidade de usar 10% do saldo do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e o total da multa recebida por demissão sem justa causa para o pagamento dos débitos, em caso de desligamento do emprego.

Segundo dados apresentados pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), a massa salarial dos trabalhadores CLT do setor privado alcança cerca de R$ 113 bilhões, enquanto o volume de crédito consignado neste segmento é de apenas R$ 40 bilhões. Já a massa salarial de aposentados do INSS e servidores públicos, que gira em torno de R$ 120 bilhões, resulta em uma oferta de crédito consignado de R$ 600 bilhões. O objetivo, como a nova plataforma, é triplicar a oferta de crédito para o empregado CLT.

Fonte: Agência Brasil