Ampliar a participação das mulheres na política e aperfeiçoar a
democracia num país onde elas representam mais de 51% da população e,
inversamente, nos cargos eletivos, ocupam apenas 13% deles.
É este o objetivo da campanha Mais Mulheres na Política, lançada nesta
segunda-feira (26) na Assembleia Legislativa do RN, em Natal, durante audiência
promovida pela Procuradoria Especial da Mulher do Senado e pela Secretaria de
Mulheres da Câmara dos Deputados.
“Estamos discutindo a subrepresentação da mulher na política e o
caminho mais adequado para a gente modificar este quadro é entendermos que é
necessário uma reforma política inclusiva, que adote políticas afirmativas, a
fim de incorporar ações efetivas que permitam a gente garantir condições de
sucesso para as candidaturas femininas”, disse a senadora Fátima Bezerra
(PT), umas das articuladoras do movimento, segundo informação da assessoria de
imprensa da ALRN.
Na Câmara Federal, dos 513 parlamentares, apenas 52 são mulheres, o que
representa menos de 10%.
O Senado, com 81 cadeiras, conta com 14 senadoras.
Dos 27 Estados da federação, 16 deles não elegeram nenhuma representante
no último pleito e dos 28 partidos que tem representação no parlamento, 17
contam apenas com homens ocupando vagas.
Fátima Bezerra disse que o momento é de mobilizar a sociedade para uma
reforma política e citou avanços como a Proposta de Emenda à Constituição (PEC)
já aprovada no Senado, em primeiro turno, que estabelece cotas para mulheres
nas eleições para deputado federal, estadual e vereador.
Depois de concluída a votação, vai vigorar para as três legislaturas seguintes.
Na primeira legislatura subsequente, a cota é de pelo menos 10%; na
segunda, de 12%; e na terceira, de 16
A deputada Cristiane Dantas (PCdoB) disse que a sociedade também precisa
participar deste debate.
“Nossa participação é muito tímida e esse debate vai trazer sugestões
para uma participação mais abrangente e com mais eficácia”, disse.
A vereadora Professora Eleika Bezerra (PSDC) defendeu que as mães e
educadoras tem um importante papel na formação das futuras gerações de homens e
mulheres.
“Somos ainda muito machistas, inclusive as mulheres. As mudanças em
curso ainda são pouco para o muito que ainda precisamos avançar, mas não deixa
de ser um passo importantíssimo”, afirmou a vereadora.
Na avaliação da secretária de Política para as Mulheres do RN, Teresa
Freire, o Estado vive um momento histórico.
“A criação de uma secretaria para trabalhar as políticas públicas
para as mulheres foi um avanço. Estamos num momento de constituição de muita
parceria, de visitas aos municípios, instituições para ampliarmos a nossa
participação nos espaços de decisão”, disse a secretária.
A deputada Márcia Maia (PSB), que preside a Comissão de Constituição,
Justiça e Redação (CCJR), uma das mais importantes da ALRN, frisou que apesar
da bancada feminina na Casa ser constituída somente por duas parlamentares, o
Legislativo vive um momento histórico.
“Em 70 anos, nunca uma mulher tinha presidido esta comissão, estamos
fazendo história também, quebrando barreiras. Somos apenas duas parlamentares e
nossa responsabilidade é muito maior, por termos que representar muito bem as
mulheres potiguares”, disse.
A audiência contou com a participação de mais de 20 grupos dos
movimentos sociais ligados às mulheres e a presença, além das citadas, do
senador Garibaldi Alves Filho (PMDB), da senadora Regina Souza (PT-PI), das
deputadas federais Zenaide Maia (PR) e Elcione Barbalho (PMDB-PA), deputado
Álvaro Dias (PMDB), vereadoras Professora Eleika Bezerra (PSDC) e Júlia Arruda
(PSB) e vereador Aquino Neto (PV).
fonte do blog de pauta aberta
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