quarta-feira, 12 de abril de 2017

Impactos da reforma da Previdência na vida das mulheres em debate em Comissão na Câmara dos Deputados



FOTO: Cleia Viana / Câmara dos Deputados
A equiparação da idade para aposentadoria de homens e mulheres prevista na reforma da Previdência foi tema de debate, nesta terça-feira (11), na Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, na Câmara dos Deputados, em Brasília.
Pelas novas regras propostas pelo Executivo, as mulheres vão ter que atender aos mesmos critérios fixados para os homens e passariam a ter direito de acesso à aposentadoria somente aos 65 anos de idade, desde que completassem 25 anos de contribuição, pelo menos.
A audiência pública foi requerida pela deputada Rosinha da Adefal, do PTdoB de Alagoas, e a CONTAG foi convidada a participar para expor suas propostas. Como a secretária de Mulheres da CONTAG, Alessandra Lunas, está em licença médica, a entidade foi representada pela secretária de Mulheres da FETADFE, Carliene dos Santos Oliveira, que integra a Comissão Nacional de Mulheres Trabalhadoras Rurais (CNMTR).
Na ocasião, Carliene ressaltou a exaustiva jornada de trabalho da mulher trabalhadora rural. “Nós mulheres que trabalhamos no campo não temos só tripla jornada de trabalho, não. Nós acordamos 4 horas da manhã para dormir meia-noite, costurando roupa para criança porque a gente não tem dinheiro para comprar roupa, para ir no shopping. A gente às vezes costura uniforme de criança para durar o ano todo, a gente não tem dinheiro, não”.
Durante a audiência, todas as deputadas que se manifestaram defenderam a manutenção de condições diferenciadas entre mulheres e homens. Algumas deputadas como Rosinha da Adefal (PTdoB-AL) disseram que concordam com a necessidade de ajustar o sistema previdenciário, mas afirmaram que não é o momento de igualar homens e mulheres na idade de aposentadoria porque as condições de vida e do mercado de trabalho ainda são muito desiguais.
A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) disse que, mesmo que os deputados votem pela manutenção de uma idade diferenciada para as mulheres, o aumento do tempo de contribuição mínimo de 15 para 25 anos deverá excluir muitas mulheres do acesso à aposentadoria porque 64% já teriam dificuldade hoje de comprovar o tempo mínimo.
Para Carliene, essa foi uma grande oportunidade para as mulheres trabalhadoras rurais estarem representadas e apresentarem a sua opinião sobre o desmonte da Previdência Social. “Foram destacados os principais impactos da reforma da Previdência na vida das mulheres. Foi um debate muito bom e pudemos sentir o apoio da bancada feminina em defender as nossas propostas, de evitar que as mulheres rurais e urbanas sejam prejudicadas ainda mais com esta reforma”, avaliou a dirigente da FETADFE.
FONTE: Assessoria de Comunicação CONTAG - Verônica Tozzi, com informações da Agência Câmara de Notícias.

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