Pelas novas regras propostas pelo Executivo, as mulheres vão ter que atender aos mesmos critérios fixados para os homens e passariam a ter direito de acesso à aposentadoria somente aos 65 anos de idade, desde que completassem 25 anos de contribuição, pelo menos. A audiência pública foi requerida pela deputada Rosinha da Adefal, do PTdoB de Alagoas, e a CONTAG foi convidada a participar para expor suas propostas. Como a secretária de Mulheres da CONTAG, Alessandra Lunas, está em licença médica, a entidade foi representada pela secretária de Mulheres da FETADFE, Carliene dos Santos Oliveira, que integra a Comissão Nacional de Mulheres Trabalhadoras Rurais (CNMTR). Na ocasião, Carliene ressaltou a exaustiva jornada de trabalho da mulher trabalhadora rural. “Nós mulheres que trabalhamos no campo não temos só tripla jornada de trabalho, não. Nós acordamos 4 horas da manhã para dormir meia-noite, costurando roupa para criança porque a gente não tem dinheiro para comprar roupa, para ir no shopping. A gente às vezes costura uniforme de criança para durar o ano todo, a gente não tem dinheiro, não”. Durante a audiência, todas as deputadas que se manifestaram defenderam a manutenção de condições diferenciadas entre mulheres e homens. Algumas deputadas como Rosinha da Adefal (PTdoB-AL) disseram que concordam com a necessidade de ajustar o sistema previdenciário, mas afirmaram que não é o momento de igualar homens e mulheres na idade de aposentadoria porque as condições de vida e do mercado de trabalho ainda são muito desiguais. A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) disse que, mesmo que os deputados votem pela manutenção de uma idade diferenciada para as mulheres, o aumento do tempo de contribuição mínimo de 15 para 25 anos deverá excluir muitas mulheres do acesso à aposentadoria porque 64% já teriam dificuldade hoje de comprovar o tempo mínimo. Para Carliene, essa foi uma grande oportunidade para as mulheres trabalhadoras rurais estarem representadas e apresentarem a sua opinião sobre o desmonte da Previdência Social. “Foram destacados os principais impactos da reforma da Previdência na vida das mulheres. Foi um debate muito bom e pudemos sentir o apoio da bancada feminina em defender as nossas propostas, de evitar que as mulheres rurais e urbanas sejam prejudicadas ainda mais com esta reforma”, avaliou a dirigente da FETADFE. |
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FONTE: Assessoria de Comunicação CONTAG - Verônica Tozzi, com informações da Agência Câmara de Notícias. |
quarta-feira, 12 de abril de 2017
Impactos da reforma da Previdência na vida das mulheres em debate em Comissão na Câmara dos Deputados
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