sábado, 1 de abril de 2017

O desenvolvimento regional e o Projeto de Integração do Rio São Francisco

Senadora Fátima Bezerra em artigo publicado pelo NOVO Jornal, em 31 de março de 2017
Atravessamos um momento extremamente difícil em nosso país. A receita neoliberal do governo Temer para os problemas que afetam a economia brasileira congela os investimentos públicos por 20 anos, estadualiza o ajuste fiscal via renegociação das dívidas dos Estados, privatiza o patrimônio público, retarda a retomada do crescimento econômico e a geração de empregos, anula os direitos inscritos na Consolidação das Leis do Trabalho – como o direito a férias, décimo terceiro, auxílio maternidade e fundo de garantia – e acaba com o sagrado direito à aposentadoria.
Em um cenário como o que vivemos, as desigualdades sociais e regionais tendem a se aprofundar ainda mais, uma vez que a lógica do governo é retirar direitos dos mais pobres para preservar privilégios dos mais ricos e que a pobreza continua concentrada nas regiões Norte e Nordeste, especialmente no meio rural.
Quando os parlamentares que compõem a CDR me elegeram por unanimidade para presidir a Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado Federal durante o biênio 2017-2018, tive convicção de que estava diante de um imenso desafio, seja no que diz respeito ao papel fiscalizador da Comissão, seja no que diz respeito ao seu papel propositivo, afinal, o momento exige da CDR uma postura ativa na elaboração de propostas capazes de impulsionar o desenvolvimento das regiões e municípios menos desenvolvidos economicamente, e de fortalecer os diversos segmentos do turismo nacional.
Desde o dia 15 de março de 2017, quando assumi a presidência da Comissão, aprovamos uma série de iniciativas importantes para a retomada dos trabalhos da CDR, dentre as quais merece destaque a audiência pública a ser realizada próxima quarta-feira (05 de abril), com a presença do ministro Helder Barbalho, da Integração Nacional, na qual pretendemos ter acesso ao cronograma detalhado das obras pendentes do Projeto de Integração do Rio São Francisco, em especial das obras do Eixo Norte e do Ramal Apodi, uma obra essencial para que a população do Alto Oeste potiguar tenha acesso às águas do velho Chico.
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Convidamos para a audiência pública representantes dos governos e assembleias legislativas dos estados beneficiados pelas obras da transposição – Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Ceará –, bem como representantes dos trabalhadores e produtores rurais e de organizações sociais que monitoram a execução das obras e seus impactos sociais e ambientais, como Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA) e a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Além de reivindicar e monitorar a conclusão das obras que vão beneficiar a população do Rio Grande do Norte, temos o compromisso igualmente importante de discutir a revitalização do Rio São Francisco, o andamento das obras sociais derivadas da transposição e a gestão e o uso da água. Por isso mesmo deliberamos que a Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo vai se debruçar, durante o ano de 2017, sobre a questão da segurança hídrica e gestão da água, especialmente nas regiões Norte e Nordeste.
Para os potiguares que enfrentam uma das secas mais prolongadas dos últimos 100 anos, o encontro com as águas do Rio São Francisco vai significar um encontro com a cidadania, com o direito de viver com dignidade no semiárido nordestino.

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