Diante da intensificação da violência no campo, o Conselho 
Nacional dos Direitos Humanos (CNDH), em conjunto com organizações da 
sociedade civil e órgãos públicos de atuação em defesa dos direitos 
humanos, realiza no próximo dia 23 de maio (terça-feira), às 14h, no 
Memorial do Ministério Público Federal (MPF), em Brasília, o ATO 
DENÚNCIA “Por direitos e contra a violência no campo”. 
Por meio de dados que revelam o aumento da violência no último ano e
 de depoimentos de trabalhadores e trabalhadoras rurais, indígenas, 
quilombolas, pescadores artesanais e defensores e defensoras de direitos
 humanos, vítimas ou ameaçadas, o ato vai denunciar a omissão do Estado 
diante do aumento da violência no campo, bem como sua contribuição para o
 aumento e manutenção deste quadro, por meio da criminalização dos 
movimentos sociais, da atuação desproporcional das polícias e da 
aprovação de medidas que agravam os processos de concentração, 
privatização e estrangeirização das terras brasileiras. 
De acordo com levantamento da Comissão Pastoral da Terra (CPT), o 
ano de 2016 teve registro recorde no número de conflitos no campo: foram
 61 assassinatos de trabalhadores rurais (o dobro de casos de 
assassinato em relação à média dos últimos 10 anos) e 1.536 conflitos, 
envolvendo 909.843 famílias. O ano de 2017 já revela que os conflitos 
serão intensificados. Nos primeiros cinco meses deste ano foram 
registrados pela CPT 25 assassinatos em decorrência dos conflitos 
agrários no Brasil, o dobro dos assassinatos do ano passado para o mesmo
 período. Outros seis estão sob investigação e ainda não foram inseridos
 no banco de dados da Pastoral. 
Além de um contexto de impunidade aos responsáveis pelos 
assassinatos, o aumento significativo de conflitos no campo possui 
relação direta com o desmonte do Estado brasileiro e da política 
agrária, como a extinção do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA),
 a desestruturação da Fundação Nacional do Índio (Funai) e a paralisação
 das ações de reforma agrária e da demarcação e reconhecimento das 
 terras indígenas e quilombolas. 
O modelo de desenvolvimento vigente, que prioriza o agronegócio 
voltado à monocultura para exportação em detrimento da agricultura 
familiar e camponesa, real responsável pela alimentação da população 
brasileira, também contribui para o acirramento e manutenção dos 
conflitos no campo. Em vez de buscar progresso e bem estar social com 
inclusão, tal modelo reforça a lógica de concentração da terra, do 
trabalho escravo, da devastação das florestas e do ataque aos direitos 
de trabalhadores e trabalhadoras rurais e de comunidades tradicionais, 
sobretudo o direito à terra e aos territórios. 
Além de manifestar solidariedade às vítimas e seus familiares, o 
ato buscará construir soluções e apontar compromissos que devem ser 
assumidos pelas organizações e reunir exigências que devem ser tomadas 
pelo Estado em caráter de urgência para conter o avanço do quadro. 
Parlamentares, demais autoridades e ativistas comprometidos com a luta 
por justiça e paz no campo são convidados a se somarem ao evento, aberto
 à participação do público em geral. 
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| FONTE: REALIZAÇÃO: Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) - APOIO: Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG), Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Comissão Pastoral da Terra (CPT), Plataforma de Dhesca, Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH), Terra de Direitos e Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem terra (MST), UNISOL Brasil (Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidários), Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), Defensoria Pública da União (DPU), Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados | |||||||
| FONTE CONTAG | 
quarta-feira, 17 de maio de 2017
ATO DENÚNCIA “Por direitos e contra a violência no campo”
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