Na
 perspectiva de promover e ampliar o debate sobre a Previdência Social 
rural e os impactos dessa política pública no contexto socioeconômico 
das famílias do meio rural brasileiro, a CONTAG participa do Lançamento 
da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Seguridade Social e dos 
Direitos Previdenciários, e também do Seminário Desmistificador do 
déficit da Previdência Social, que acontece no próximo dia 31 de maio, a
 partir da 9h, no auditório Petrônio Portela, no Senado Federal. 
Mas afinal, por que debater a política pública de Previdência Social? 
“A política pública de Previdência Social não pode ser analisada 
apenas sob um viés cujo recorte enfoca somente as despesas com os 
benefícios rurais e as receitas provenientes das contribuições 
previdenciárias dos trabalhadores e trabalhadoras rurais. A previdência 
social rural deve ser analisada pela importância que tem enquanto uma 
política eficaz de distribuição de renda e que fomenta o desenvolvimento
 no campo brasileiro”, é o que afirma o secretário de Políticas Sociais 
da CONTAG, José Wilson Gonçalves.  
Assim, a CONTAG vem destacando a importância dos benefícios da 
Previdência Social no contexto sócio econômico do Brasil, afirmando que 
os benefícios previdenciários pagos mensalmente aos trabalhadores e 
trabalhadoras rurais movimentam a economia de milhares de municípios 
brasileiros. Em mais de 70% dos municípios, o volume de recursos 
provenientes da previdência social é superior ao que o município recebe 
do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). 
No que se refere à Agricultura Familiar, a Previdência Social Rural
 desempenha um papel estratégico para a soberania e a segurança 
alimentar no Brasil, junto a outras políticas, ou seja, a Previdência 
Social rural é importante no estímulo da produção de alimentos pelas 
unidades produtivas, além de auxiliar e amparar as famílias rurais em 
diversas situações, especialmente em casos de emergência, em função de 
períodos de estiagem ou de calamidade por excesso de chuvas.  
São essas e outras reflexões, que fazem com que a CONTAG participe 
ativamente dessa discussão, reafirmando assim o seu papel na defesa dos 
direitos previdenciários já conquistados e na luta contra a proposta da 
reforma da previdência que tira os direitos dos trabalhadores e 
trabalhadoras rurais. 
Vale ressaltar que o Lançamento da Frente Parlamentar e o Seminário
 da Previdência Social Rural acontecem em momento conjuntural muito 
difícil, com ameaças fortíssimas de perda ou restrição de direitos da 
classe trabalhadora. 
“O Governo interino de Michel Temer do PMDB está atuando com o 
argumento de redução de gastos em cima de ameaças da retirada dos 
direitos sociais das trabalhadoras(es) rurais. Desta forma, precisamos 
pautar os temas da reforma da previdência dentro da mesma lógica que já 
fizemos na Câmara dos Deputados no mês de março. O argumento do governo e
 do mercado especulativo referente ao déficit na Previdência, não 
procede. Muito menos aceitamos que a culpa do desequilíbrio nas contas 
da previdência recaiam sobre os segurados especiais rurais. Na verdade 
existe um problema de gestão e de recuperação das fontes de 
financiamento da Previdência Social, onde o governo utiliza os recursos 
arrecadados para custear a seguridade social como esta previsto na 
Constituição Federal de 1988, para cobrir outras despesas do próprio 
governo. Desta forma, o pagamento dos trabalhadores(as)rurais “segurados
 especiais do regime geral da Previdência Social” não pode ser 
confundido com o pagamento dos empregados de carteira assinada. Como se 
isso não bastasse, em 2013 o governo diminuiu sua arrecadação de 
impostos para a previdência Social com a desoneração da folha de 
pagamento, beneficiando somente os empregadores(as). Outra política que o
 governo precisa corrigir é a renúncia fiscal com as exportações dos 
produtos agrícolas que são exportados, ampliando a margem de lucro do 
agronegócio. Também é preciso tornar os mecanismos de arrecadação mais 
eficientes de forma a aumentar as receitas e combater a sonegação que 
ainda é muito alta em todos os setores do empresariado brasileiro. É 
preciso combater a informalidade no Brasil, pois também é muito grande. 
Só no campo são mais de 60% dos trabalhadores(as) assalariados(as) que 
vivem na informalidade, sem contar com a sangria do dinheiro público que
 é desperdiçado com fraudes na previdência social”, denunciou José 
Wilson. 
O secretário da CONTAG ainda afirma que a situação se agrava mais a partir da extinção do Ministério da Previdência Social. 
“A CONTAG manifesta seu repúdio a decisão do governo provisório que
 desmonta um dos Ministérios mais importantes do governo federal, o 
transformando em uma pasta vinculada ao Ministério da Fazenda para 
atender os interesses de mercado e dos planos privados de Previdência. É
 inconcebível aceitar a extinção de um Ministério que representa valores
 democráticos construídos ao logo da história e que tem contribuído com 
as Políticas de distribuição de renda, promoção da cidadania, 
fortalecimento das relações sociais entre a sociedade e o poder 
público”, destaca o secretário de Políticas Sociais da CONTAG. 
Reunião  
Vale ressaltar que ainda na quarta-feira(17), aconteceu uma reunião
 de organização do Lançamento da Frente Parlamentar Mista do Senado 
Federal e da Câmara dos Deputados em defesa da Previdência Social, que 
contou com a participação de representantes da CONTAG, de mais de 80 
organizações sociais do campo e da cidade. E ainda senadores(as) e 
deputados(as) federais. 
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| FONTE: Assessoria de Comunicação CONTAG - Barack Fernandes | 
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sábado, 21 de maio de 2016
CONTAG reafirma sua posição contra a Reforma da Previdência Social e a extinção do Ministério da Previdência
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