Estadão.
Dilma Rousseff fez o primeiro 
pronunciamento na manhã desta quinta-feira, dia 12, após ser afastada da
 Presidência da República. O discurso histórico aconteceu no Palácio do 
Planalto, em Brasília, diante de deputados e ministros de seu governo, 
que foram exonerados do cargo após a aprovação do processo de 
impeachment no Senado.
“Foi aberto o processo que determina a 
suspensão do exercício do meu mandato. Fui eleita por 54 milhões de 
cidadãos de brasileiros e é nesta condição que me dirijo a vocês neste 
momento decisivo. O que está em jogo não é apenas meu mandado, é o 
respeito às urnas, a vontade soberana do povo e a Constituição. O que 
está em jogo são as conquistas do povo, a proteção às crianças, os 
jovens chegando às escolas, a valorização salário mínimo, a realização 
do sonho casa própria. O que está em jogo é o futuro do país”.
Sem citar o nome de Michel Temer, Dilma 
falou sobre o sucessor. “Quero esclarecer os fatos e denunciar os riscos
 de um impeachment fraudulento, um verdadeiro golpe. Meu governo tem 
sido alvo de intensa sabotagem. Quando uma presidente eleita é cassada 
de um crime que não cometeu o nome que se dá a isso não é impeachment, é
 golpe. Jamais compactuei com a corrupção. É um processo injusto, 
desencadeado contra uma pessoa honesta e inocente. É a maior brutalidade
 que pode ser cometida contra um ser humano. Nunca aceitei chantagem de 
qualquer natureza. Posso ter cometido erros, mas não cometi crimes. Atos
 que pratiquei foram atos legais. Meus acusados sequer conseguem dizer 
que atos eu teria praticado”, afirmou.
A presidente pode ficar afastada do 
cargo por até 180 dias, mas garantiu que não vai desistir. “O que mais 
dói nesse momento é a injustiça. Mas não esmoreço, disse. Mantenham-se 
mobilizados, unidos em paz. A luta pela democracia não tem data para 
terminar. É luta permanente que existe dedicação constante. Jamais vou 
desistir de lutar”.
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