 A
 Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG) 
representa aproximadamente 20 milhões de trabalhadores e trabalhadoras 
rurais em todo o País, e tem como filiadas 27 Federações Estaduais de 
Trabalhadoras na Agricultura e mais de 4.000 Sindicatos de Trabalhadores
 e Trabalhadoras Rurais. Ao longo de 52 anos de luta e conquistas para 
os trabalhadores e trabalhadoras rurais, sempre defendeu a democracia, a
 justiça e participação social, e combateu a corrupção e a restrição ou 
retirada de direitos da classe trabalhadora. Nesse sentido, a CONTAG 
repudia as últimas decisões do Congresso Nacional, primeiro com a 
admissibilidade do processo de impeachment contra a presidenta Dilma 
Rousseff na Câmara dos Deputados, e agora também no Senado Federal, no 
último dia 12 de maio.  
Com o afastamento da presidenta Dilma Rousseff e diante do governo 
golpista comandado por Michel Temer, que não tem a legitimidade das 
urnas, a CONTAG já vê com preocupação a reforma ministerial adotada por 
ele, que já demonstra falta de prioridade às demandas da classe 
trabalhadora, das populações do campo, da floresta e das águas e dos 
povos mais vulneráveis do nosso País. 
A extinção do Ministério da Previdência Social e a sua incorporação 
junto ao Ministério da Fazenda é uma medida prejudicial para todas as 
categorias profissionais e para os aposentados e pensionistas do campo e
 da cidade. O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) foi uma 
importante conquista da Agricultura Familiar brasileira e, agora 
extinto, poderá haver o comprometimento da continuidade e 
aperfeiçoamento de políticas importantes voltadas para a agricultura 
familiar, para os assentados da reforma agrária, para os beneficiários 
do crédito fundiário, para a assistência técnica, para a regularização 
fundiária, para o desenvolvimento territorial e outras ações que 
garantiam o desenvolvimento rural sustentável e solidário que 
conquistamos nos últimos anos. Vemos como retrocesso também a extinção 
do Ministério das Mulheres, Direitos Humanos, Igualdade Racial e 
Juventude, que passa a integrar o Ministério da Justiça. Entendemos que 
estas pastas não são correlatas, pelo contrário, possuem pautas 
distintas e colocam em risco todos os avanços conquistados nas últimas 
décadas. Inclusive, a CONTAG repudia o fato de o Governo Temer não ter 
nenhuma mulher no seu primeiro escalão, algo que não ocorria desde o 
Governo Geisel, na década de 70, durante a ditadura militar, 
demonstrando que este é um governo machista! 
Portanto, são muitas as preocupações e a CONTAG não admitirá 
retrocesso nas políticas conquistadas a partir de muita luta e 
sacrifícios. Precisamos de políticas que melhorem as condições de vida e
 trabalho no campo, e não que tragam ainda mais prejuízos para quem 
produz alimentos saudáveis e garante a soberania e segurança alimentar 
da população. Precisamos avançar no desenvolvimento rural, na reforma 
agrária e na estruturação dos assentamentos já existentes. 
Nesse momento, a CONTAG, as Federações e Sindicatos precisam 
permanecer mobilizados e unificados na luta, sempre na defesa da 
democracia e na manutenção e aperfeiçoamento das políticas públicas. 
A luta continua! 
A Diretoria da CONTAG 
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