terça-feira, 14 de junho de 2016

Conferência sobre protagonismo e participação política das pessoas da terceira idade e idosas traz muitos pontos para reflexão





O professor do Programa de Pós-Graduação em Gerontologia da Universidade Federal de Santa Maria Marco Aurélio Acosta ministrou na tarde de hoje uma interessante palestra sobre questões relacionadas ao protagonismo e participação política das pessoas da terceira idade e idosas. Sua fala começou com uma provocação: se na atualidade as pessoas não precisam mais das pessoas mais velhas para ter informações e conhecimento, pois tudo pode ser encontrado por meio da tecnologia, qual é o papel delas na sociedade?
 
Antes de oferecer uma das possíveis respostas, o professor trouxe diversas questões para provocar reflexões que poderão ser aprofundadas nas oficinas e nos diálogos temáticos que serão realizados amanhã (14) ao longo de todo o dia. Marco Aurélio apontou que existem pelo menos três fatores que influenciam o envelhecimento: fatores genéticos, fatores do meio social e ambiental em que a pessoa vive e também fatores de estilo de vida. “Envelhecer não se dá da mesma forma para todas as pessoas. As mulheres, por exemplo, vivem mais que os homens por muitas razões; os ricos envelhecem de maneira diferentes dos pobres, os brancos dos negros, e assim por diante. As condições de vida influenciam na qualidade e na extensão da vida”, explicou o especialista.
 
 
Marco Aurélio apresentou ainda alguns fatores que diferenciam o envelhecimento nas grandes cidades e aquele que acontece no campo. O primeiro é a relação com o mundo do trabalho: enquanto aqueles que trabalham nas grandes cidades não querem mais trabalhar depois que se aposentam, no meio rural muitos idosos e idosas continuam a trabalhar mesmo depois que atingem a aposentadoria. As estratégias de lazer também são diferentes: na cidade, cada geração tem seus eventos sociais separados, enquanto no campo crianças, jovens, adultos e idosos(as) reúnem-se nas festas da cidade, nos encontros comunitários ou religiosos. Outra diferença é a dimensão do tempo, porque nos centros urbanos há a sensação de que o tempo passa muito rápido e todos estão sempre com pressa, mas no meio rural existe uma compreensão maior dos ciclos da natureza e da passagem do tempo.
 
Ao final da apresentação, o conferencista respondeu o próprio questionamento. “As novas gerações estão tão preocupadas em buscar sucesso e dinheiro que esquecem o que é fundamental: a relação entre as pessoas. A função dos idosos, na minha opinião, é mostrar que é possível ter uma vida equilibrada, na qual a vida social, a manutenção das amizades, é mais valorizada do que manter um estilo de vida louco e acelerado para acumular coisas que não necessariamente vão proporcionar saúde qualidade de vida”, afirmou Marco Aurélio Acosta. 
 
Após a conferência, a secretária de Terceira Idade da CONTAG, Lúcia Moura, afirmou: “Envelhecer é um privilégio, porque significa que você permanece vivo, que não morreu jovem, e teve a oportunidade de viver e aprender. Ser idoso(a) e ter saúde é ainda melhor, por isso é importante a gente ter consciência de que é fundamental continuar ocupando nosso espaço na sociedade, reafirmando nossa presença e nosso papel na construção das futuras gerações”.
 
 
O senhor João Gualberto, sócio do STTR de Chapada da Natividade (PI), considerou muito importante o momento da conferência. “A gente se sente bem quando tem informações como as que o professor trouxe, porque é bom ter conhecimento sobre envelhecer e sobre a importância do idoso na sociedade. Eu vejo que hoje muitos jovens trocam a experiência dos velhos pela tecnologia e eu acho que é preciso valorizar nossos saberes”, afirmou ele.
 
 
Para a secretária de Terceira Idade do STTR de Bonfim (RR), Antônia Nazaré, “é muito bom ver que o(a) idoso(a) tem que ser valorizado(a) e ter todas essas informações. Concordo que ninguém pode viver isolado, e que é preciso estar junto com todas as gerações, aprendendo e ensinando”, disse ela.
 
FONTE: Assessoria de Comunicação CONTAG - Lívia Barreto
 

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