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O professor do Programa de Pós-Graduação em Gerontologia da 
Universidade Federal de Santa Maria Marco Aurélio Acosta ministrou na 
tarde de hoje uma interessante palestra sobre questões relacionadas ao 
protagonismo e participação política das pessoas da terceira idade e 
idosas. Sua fala começou com uma provocação: se na atualidade as pessoas
 não precisam mais das pessoas mais velhas para ter informações e 
conhecimento, pois tudo pode ser encontrado por meio da tecnologia, qual
 é o papel delas na sociedade? 
Antes de oferecer uma das possíveis respostas, o professor trouxe 
diversas questões para provocar reflexões que poderão ser aprofundadas 
nas oficinas e nos diálogos temáticos que serão realizados amanhã (14) 
ao longo de todo o dia. Marco Aurélio apontou que existem pelo menos 
três fatores que influenciam o envelhecimento: fatores genéticos, 
fatores do meio social e ambiental em que a pessoa vive e também fatores
 de estilo de vida. “Envelhecer não se dá da mesma forma para todas as 
pessoas. As mulheres, por exemplo, vivem mais que os homens por muitas 
razões; os ricos envelhecem de maneira diferentes dos pobres, os brancos
 dos negros, e assim por diante. As condições de vida influenciam na 
qualidade e na extensão da vida”, explicou o especialista. 
Marco Aurélio apresentou ainda alguns fatores que diferenciam o 
envelhecimento nas grandes cidades e aquele que acontece no campo. O 
primeiro é a relação com o mundo do trabalho: enquanto aqueles que 
trabalham nas grandes cidades não querem mais trabalhar depois que se 
aposentam, no meio rural muitos idosos e idosas continuam a trabalhar 
mesmo depois que atingem a aposentadoria. As estratégias de lazer também
 são diferentes: na cidade, cada geração tem seus eventos sociais 
separados, enquanto no campo crianças, jovens, adultos e idosos(as) 
reúnem-se nas festas da cidade, nos encontros comunitários ou 
religiosos. Outra diferença é a dimensão do tempo, porque nos centros 
urbanos há a sensação de que o tempo passa muito rápido e todos estão 
sempre com pressa, mas no meio rural existe uma compreensão maior dos 
ciclos da natureza e da passagem do tempo. 
Ao final da apresentação, o conferencista respondeu o próprio 
questionamento. “As novas gerações estão tão preocupadas em buscar 
sucesso e dinheiro que esquecem o que é fundamental: a relação entre as 
pessoas. A função dos idosos, na minha opinião, é mostrar que é possível
 ter uma vida equilibrada, na qual a vida social, a manutenção das 
amizades, é mais valorizada do que manter um estilo de vida louco e 
acelerado para acumular coisas que não necessariamente vão proporcionar 
saúde qualidade de vida”, afirmou Marco Aurélio Acosta.  
Após
 a conferência, a secretária de Terceira Idade da CONTAG, Lúcia Moura, 
afirmou: “Envelhecer é um privilégio, porque significa que você 
permanece vivo, que não morreu jovem, e teve a oportunidade de viver e 
aprender. Ser idoso(a) e ter saúde é ainda melhor, por isso é importante
 a gente ter consciência de que é fundamental continuar ocupando nosso 
espaço na sociedade, reafirmando nossa presença e nosso papel na 
construção das futuras gerações”. 
O senhor João Gualberto, sócio do STTR de Chapada da Natividade 
(PI), considerou muito importante o momento da conferência. “A gente se 
sente bem quando tem informações como as que o professor trouxe, porque é
 bom ter conhecimento sobre envelhecer e sobre a importância do idoso na
 sociedade. Eu vejo que hoje muitos jovens trocam a experiência dos 
velhos pela tecnologia e eu acho que é preciso valorizar nossos 
saberes”, afirmou ele. 
Para a secretária de Terceira Idade do STTR de Bonfim (RR), Antônia
 Nazaré, “é muito bom ver que o(a) idoso(a) tem que ser valorizado(a) e 
ter todas essas informações. Concordo que ninguém pode viver isolado, e 
que é preciso estar junto com todas as gerações, aprendendo e 
ensinando”, disse ela. 
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terça-feira, 14 de junho de 2016
Conferência sobre protagonismo e participação política das pessoas da terceira idade e idosas traz muitos pontos para reflexão
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