Entre as muitas oficinas oferecidas na manhã desta terça-feira (14),
na 2ª Plenária Nacional da Terceira Idade e Idosos(as) Rurais, estava a
Oficina Sexualidade voltada para as mulheres. Um espaço que fez com que
elas colocassem a “boca no mundo”, abordando um assunto que, muitas
vezes, é visto como um tabu, especialmente no meio rural. As dezenas de
participantes perceberam que trazer esse tema à tona é essencial para
que sejam compreendidas as diversas possibilidades de vivenciar essa
sexualidade, nesta etapa da vida.
As dinâmicas, vídeos e músicas contribuíram para dar leveza a
abordagem. Já os momentos de escuta, possibilitaram que fossem expostos
os medos que invadem a vida das mulheres quando o assunto é sexualidade.
O machismo e o patriarcado, historicamente vivenciados, apareceram, nas
falas das participantes, como potencializadores desses medos.
“Os debates tiveram a intenção de trabalhar uma visão ampla a
sexualidade, que envolve amizade, amor, companheirismo, o bem viver, o
estar bem, mas também o sexo”, explica a assistente social Suely
Cordeiro Abreu, uma das facilitadoras da Oficina, que complementou: “E
se alguém ainda se pergunta até que idade um homem e uma mulher são
potentes sexualmente, a resposta é: SEMPRE, enquanto estiver vivo,
enquanto o coração bater”.
A necessidade de ampliar os espaços que coloquem em pauta as relações
de gênero, para que ocorra a quebra de tabus, também foi citada pelas
trabalhadoras rurais. “São muitas as falas, hoje, de que, ao chegar à
terceira idade, as mulheres não podem ter um relacionamento, não podem
desenvolver sua afetividade. Então, é preciso desconstruir isso dentro
de cada mulher, para que ela possa ter sua autoestima elevada e possa se
sentir bem. Ela precisa se amar, se sentir atraente, para que consiga
ser feliz”, analisa a assistente social Eliane Cristina Abreu Castro,
que também facilitou a atividade.
A jovem Ivanete Aparecida Fabian, da região Norte, considerou a
oficina um espaço importante para a troca de experiências. “Como
trabalho com Políticas Sociais, vou levar as informações que estou tendo
aqui para as pessoas da terceira idade lá da minha região. Antes, os
idosos ficavam mais em casa, mas, hoje, estão saindo mais, se divertindo
mais. Por isso, é preciso ampliar essa visão”.
Os cuidados com o corpo e com a mente também foram tratados como
elementos essenciais para a vivência plena da sexualidade, especialmente
durante a terceira idade. E em se tratando de experiência, a dirigente
sindical Sofia Marques Rodrigues, da região Nordeste, não pensou duas
vezes ao dar um conjunto de dicas: “Primeiro, é preciso cuidar da saúde,
da alimentação, fazer uma atividade física; depois, é necessário cuidar
do corpo, vestir uma roupa melhor, passar um batonzinho. Nossos
companheiros também têm que se vestir melhor, cuidar da saúde, ficar
perfumadinhos; e levar a gente para um passeio, para jantar, para um
forró. Com certeza, quando a gente voltar de lá, a gente volta mais
estimulada. Na idade em que a gente está, a gente não faz sexo todo o
dia, mas o sexo que a gente faz é de qualidade”.
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FONTE: Assessoria de Comunicação da 2ª Plenária de Terceira Idade, Idosos e Idosas - Ana Célia Floriano |
terça-feira, 14 de junho de 2016
Sou mulher, sou idosa e quero, sim, falar em sexualidade
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