terça-feira, 14 de junho de 2016

Sou mulher, sou idosa e quero, sim, falar em sexualidade



FOTO: Ana Célia Floriano


Entre as muitas oficinas oferecidas na manhã desta terça-feira (14), na 2ª Plenária Nacional da Terceira Idade e Idosos(as) Rurais, estava a Oficina Sexualidade voltada para as mulheres. Um espaço que fez com que elas colocassem a “boca no mundo”, abordando um assunto que, muitas vezes, é visto como um tabu, especialmente no meio rural. As dezenas de participantes perceberam que trazer esse tema à tona é essencial para que sejam compreendidas as diversas possibilidades de vivenciar essa sexualidade, nesta etapa da vida.
As dinâmicas, vídeos e músicas contribuíram para dar leveza a abordagem. Já os momentos de escuta, possibilitaram que fossem expostos os medos que invadem a vida das mulheres quando o assunto é sexualidade. O machismo e o patriarcado, historicamente vivenciados, apareceram, nas falas das participantes, como potencializadores desses medos.
“Os debates tiveram a intenção de trabalhar uma visão ampla a sexualidade, que envolve amizade, amor, companheirismo, o bem viver, o estar bem, mas também o sexo”, explica a assistente social Suely Cordeiro Abreu, uma das facilitadoras da Oficina, que complementou: “E se alguém ainda se pergunta até que idade um homem e uma mulher são potentes sexualmente, a resposta é: SEMPRE, enquanto estiver vivo, enquanto o coração bater”.
A necessidade de ampliar os espaços que coloquem em pauta as relações de gênero, para que ocorra a quebra de tabus, também foi citada pelas trabalhadoras rurais. “São muitas as falas, hoje, de que, ao chegar à terceira idade, as mulheres não podem ter um relacionamento, não podem desenvolver sua afetividade. Então, é preciso desconstruir isso dentro de cada mulher, para que ela possa ter sua autoestima elevada e possa se sentir bem. Ela precisa se amar, se sentir atraente, para que consiga ser feliz”, analisa a assistente social Eliane Cristina Abreu Castro, que também facilitou a atividade.
A jovem Ivanete Aparecida Fabian, da região Norte, considerou a oficina um espaço importante para a troca de experiências. “Como trabalho com Políticas Sociais, vou levar as informações que estou tendo aqui para as pessoas da terceira idade lá da minha região. Antes, os idosos ficavam mais em casa, mas, hoje, estão saindo mais, se divertindo mais. Por isso, é preciso ampliar essa visão”.
Os cuidados com o corpo e com a mente também foram tratados como elementos essenciais para a vivência plena da sexualidade, especialmente durante a terceira idade. E em se tratando de experiência, a dirigente sindical Sofia Marques Rodrigues, da região Nordeste, não pensou duas vezes ao dar um conjunto de dicas: “Primeiro, é preciso cuidar da saúde, da alimentação, fazer uma atividade física; depois, é necessário cuidar do corpo, vestir uma roupa melhor, passar um batonzinho. Nossos companheiros também têm que se vestir melhor, cuidar da saúde, ficar perfumadinhos; e levar a gente para um passeio, para jantar, para um forró. Com certeza, quando a gente voltar de lá, a gente volta mais estimulada. Na idade em que a gente está, a gente não faz sexo todo o dia, mas o sexo que a gente faz é de qualidade”.
FONTE: Assessoria de Comunicação da 2ª Plenária de Terceira Idade, Idosos e Idosas - Ana Célia Floriano

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