Como resultado de um profundo debate durante o Seminário Estadual
da Educação do Campo do Espírito Santo foi assinado pela CONTAG, Fetaes,
Sindicatos filiados e várias organizações que integram o colegiado do
comitê de educação do campo do estado, um manifesto que chama a atenção
para os graves problemas vividos no Espírito Santo em relação à educação
integral e integradora.
Leia abaixo na íntegra o manifesto:
MANIFESTO DE IBIRAÇU - ESP. SANTO
ESCOLA DO CAMPO. PATRIMÔNIO AMEAÇADO
Reunidos em lbiraçu-ES no dia 17 de
junho de 2016, no Seminário Estadual de Educação do Campo, NÓS,
coletivos de educação do campo e movimentos sociais camponeses na defesa
e na luta pela educação do campo no Espírito Santo, com base na pauta
unificada por nós elaborada, chamamos a atenção sobre os graves
problemas que vivemos em relação à educação integral e integradora,
fruto da negligência e do descaso do poder público estadual e municipal.
Assim , conclamamos o direito à
educação, à garantia da convivência familiar e comunitária, o direito ao
acesso e permanência, assim como o direito de matrícula em escola
próxima da sua residência e o cumprimento da legislação vigente dizendo
NÃO ao fechamento das escolas e turmas do campo, exigindo a reabertura
das que foram fechadas irregularmente e responsabilizando o poder
público do Estado e dos municípios. pois entendemos que a
criança, o adolescente e o jovem têm assegurado o direito à educação e
à convivência familiar e comun1tâna. Fechar uma escola e levá-los para
uma comunidade distante fere a Constituição, o Estatuto da Criança e do
Adolescente e o Plano Estadual de Educação.
Para isso, torna-se necessária a
garantia das especificidades das modalidades: educação do campo,
educação escolar indígena e educação escolar quilombola; além da
manutenção e expansão da Pedagogia da Alternância nas escolas públicas
estaduais e municipais como forma ident1tárra das escolas do campo que,
(. ) se definem pela vinculação
com as questões inerentes à sua realidade. com propostas pedagógicas que
contemplam sua d1vers1dade em todos os aspectos, tais como soc1a1s,
culturais, políticos económicos, de gênero, geração e etnia.
Parágrafo único. Formas de
organização e metodologias pertinentes à realidade do campo devem ser
acolhidas, como a pedagogia da terra, pela qual se busca um trabalho
pedagógico fundamentado no princípio da sustentabilidade, para assegurar
a preservação da vida das futuras gerações, e a pedagogia da
alternância na qual o estudante participa, concomitante e
alternadamente de dois ambientes e situações de aprendizagem o
escolar e o laboral, supondo parceria educativa. em que ambas as partes
são corresponsáve1spelo aprendizado e pela formação do estudante
(Resolução CNE/CEB n° 0412010 art 36)
Exigimos a aprovação, homologação e
implementação das Diretrizes Operacionais da Educação do Campo do Estado
do Espírito Santo construídas coletivamente pelos movimentos soc1a1s e
entidades governamentais do Estado e municípios, por meio do Comitê de
Educação do Campo do Espírito Santo - COMECES, e debatida pelo Grupo de
Trabalho interinstitucional composto pela SEDU, AMUNES. UNDIME e
COMECES; assim corno o fortalecimento da Gerência de Educação do Campo -
GECAM/SEDU.
Por último, e não menos importante, é
impreterível a definição de uma política pública de Educação de Jovens e
Adultos do Campo que atenda à Resolução CNE/CEB nº 0212018, onde se diz
que,
Art. 1°.
(...]
§4º A educação do campo deverá
atender, mediante procedimentos adequados na modalidade da Educação de
Jovens e Adultos, ás populações rurais que não tiveram acesso ou não
concluíram seus estudo no Ensino Fundamental ou no Ensino Médio em idade
própria.
Art. 6°. A oferta de Educação de
Jovens e Adultos também deve considerar que os deslocamentos sejam
feitos, nas menores distancias possíveis, preservando o princípio do
campo
Dessa forma, o poder público do Estado
e municípios é responsável direto pela produção de um Plano de Expansão
da EJA em comunidades camponesas em diálogo com as organizações sociais
do campo, assim como pelo atendimento da EJA, nas comunidades
camponesas, de forma presencial, da expansão da EJA no perímetro rural,
independente de número mínimo de matrículas; de estimular a adoção
da Pedagogia da Alternância nas escolas do campo, indígenas,
pomerana e quilombolas, e da publicação de Organizações.
Curriculares específicas das escolas
do campo, indígena, quilombola e pornerana. Declaramos que este
manifesto é expressão das demandas dos movimentos sociais e sindicais
camponeses do Estado do Espírito Santo e será divulgado e defendido em
reuniões e/ou em diversas formas de mobilização, no decorrer do ano de
2016, com o propósito de consolidar urna política pública de Educação do
Campo, Educação Escolar Quilombola e Educação Escolar Indígena em nosso
Estado do Espírito Santo.
lbiraçu, junho de 2016.
Seminário Estadual da Educação do campo do Espírito Santo
O Seminário Estadual da Educação do campo do Espírito Santo foi
realizada no dia 17 de junho, no Espírito Santo, tendo como objetivo
refletir o contexto da Educação do Campo e propor ações de
fortalecimento frente ao projeto de mercantilização da educação.
“Frente toda essa conjuntura do atual governo interino, o Colegiado
do Comitê de Educação do Campo vem discutindo os desafios e as ações
estratégicas para o fortalecimento da educação do campo sem nenhum
retrocesso e reafirmando que “fechar escola é crime”. O Que queremos é
escola pública com gestão publica e que atenda os princípios da
educação do campo respeitando à regionalidades. Assim, aproveitamos o
Seminário denunciar o fechamento das escolas do campo e exigir a
aprovação,homologação e implementação das Diretrizes Operacionais da
Educação do Campo do Estado do Espírito Santos e definição de uma
política pública de Educação de Jovens e Adultos do Campo”, afirma o
secretário de Políticas Sociais da CONTAG, José Wilson Goncalves.
|
||
FONTE: Assessoria de Comunicação CONTAG - Barack Fernandes | ||
quinta-feira, 23 de junho de 2016
MSTTR na defesa da educação do campo
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário