O Comitê Científico recomendou ao Governo do Estado que haja uma prorrogação, por mais sete dias, do início da terceira fase da retomada econômica, previsto para acontecer na próxima quarta-feira (29).
A informação foi anunciada, nesta segunda-feira (27), pelo pesquisador Ricardo Valentim, membro do comitê científico para enfrentamento à Covid-19 no Rio Grande do Norte. Caso a recomendação seja acatada pelo Estado, o início da primeira fração da terceira fase seria adiado para o dia 5 de agosto.
De acordo com Valentim, a decisão do Comitê Científico para esse adiamento se pauta em três principais razões. A primeira seria as aglomerações que ainda ocorrem no estado. “O que levou o comitê a refletir sobre isso e fazer essa recomendação foi, primeiro, as aglomerações que ocorreram na Praia de Ponta Negra, isso é extremamente preocupantes. Os efeitos dessas aglomerações não são percebidos no primeiro ou segundo dia, mas de sete a 14 dias depois. Há ainda as filas nos bancos para pagamento dos benefícios [concedidos pelo Governo Federal]. E também a questão das aglomerações, inclusive sem uso de máscaras, muito associadas ao consumo de bebidas alcoólicas, na praia de Pipa e em Santa Cruz. Como o processo de retomada para a primeira fração da 3ª fase está muito associado com a questão de bares, essa foi também uma discussão no comitê”, explicou.
A segunda razão levantada pelo Comitê Científico seria uma queda no índice de isolamento social no estado potiguar. “Fundamentalmente, o que tem importância para a gente, além de tudo isso que foi colocado, o que tem peso mais significativo é uma redução na taxa de isolamento social que verificamos ao longo de um período. Existem pesquisadores na UFRN, na área de demografia, que se debruçaram sobre esse problema e a gente vê uma queda gradual na taxa de isolamento social”, ressaltou Ricardo Valentim.
Em terceiro lugar, o membro do Comitê Científico explicou que a taxa de transmissibilidade da Covid-19 no RN também foi levada em consideração. “Quando olhamos para o RN, percebemos que algumas regiões de Saúde estão mais confortáveis com relação à taxa de transmissibilidade. Porém, nessas mesmas regiões, existem municípios que têm uma taxa variando. Isso é um ponto importante que deve ser observado. Outro ponto também muito importante é o tempo necessário para consolidar os dados. Esses dados têm um atraso de, no mínimo, 15 dias para se consolidar. Ou seja, olhando para fase 2, que foi uma fase que já está totalmente em execução, é necessário pelo menos até esta quarta-feira para que esses dados estejam mais consolidados e possamos fazer uma análise mais apurada, com mais confiança, sobre passar para a terceira fase”, explicou.
Ainda sobre a recomendação, Ricardo Valentim destacou que “ela vem no sentido de cautela, de prudência, para o estado do RN, que está sendo exemplo para o país. Diariamente, estamos acumulando um bom dado estatístico da redução dos óbitos. Hoje temos mais de 100 leitos disponíveis para população. O RN vem consolidando, paulatinamente, ganhos importantes no enfrentamento à pandemia, isso fruto das ações dos estados, em consórcio com os municípios”. E concluiu: “Mas é preciso cautela e muito cuidado, uma vez que o vírus não acabou. Ele está presente na nossa cidade e em um processo de interiorização. Por isso, o comitê científico achou importante, neste momento, termos prudência e cautela”.
Na Fração 1 da Fase 3 deverá ser autorizado o retorno das atividades dos serviços de alimentação com tamanho superior a 300m2 (restaurantes e food parks), bem como bares e barracas de praia.
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