"Plantamos, colhemos, somos mães, somos donas de casa,
somos esposas, somos dirigentes sindicais, somos lutadoras, somos o
grito da Marcha das Margaridas...."
Inúmeras histórias passaram a ser contadas nas últimas décadas
sobre as mulheres... Porém uma coisa é certa: boa parte delas falam do
contexto de exploração e dominação em que se encontravam e encontram as
mulheres. Falam de desafios que as mulheres ainda precisam
ultrapassar, como: o enfrentamento a pouca representatividade no
Congresso Nacional, mesmo sendo a grande maioria do eleitorado
brasileiro; menor salário, mesmo com mais estudo que os homens; entre
outras injustiças sentidas e vivenciadas todos os dias.
Da labuta da roça até a partição no Movimento Sindical dos
Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR), a trajetória das mulheres
também é marcada por histórias de superação e garra. Antes dependentes
dos maridos como sócias, hoje elas querem mais! Querem PARIDADE!!!
Querem ter espaço de decisão política de forma igualitária entre
mulheres e homens.
PARIDADE já aprovada, de forma unânime, no 11º Congresso Nacional
de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais da CONTAG, realizado em 2013,
que confirmou a importância estratégica de seu exercício para consolidar
relações igualitárias no MSTTR.
Uma demonstração efetiva de que o MSTTR que é capaz de promover a
Marcha das Margaridas, a maior mobilização de mulheres trabalhadoras
rurais do mundo, precisa ser coerente e enfrentar o desafio de renovar
as práticas sindicais com igualdade de gênero, com as mesmas convicções e
princípios os quais, com tanto êxito, tem defendido e pleiteado em
outros espaços da sociedade e do governo, visando, numa perspectiva
classista, o fortalecimento da democracia, igualdade e justiça.
A luz de todos esses desafios ainda por serem enfrentados, seguem
por todo o Brasil as Plenárias Regionais de Mulheres da CONTAG. Esta
semana o debate aconteceu na Região Nordeste, com as secretárias de
Mulheres dos 9 estados que integram a região (Bahia, Maranhão, Piauí,
Ceará, Alagoas, Rio Grande do Norte, Sergipe, Paraíba e Pernambuco,
estado que recebeu as companheiras, no CESIR da Fetape, localizado na
cidade de Carpina-PE).
“A Plenária de Mulheres é um momento ímpar na história do Movimento
Sindical. Estamos pautando questões da nossa trajetória de vida
política, rememorando a história linda, de luta e conquista das
mulheres. Muitas vezes, marcada por fatos tristes, mas também de
avanços. Somos resistentes! Vamos entrar 12 Congresso da CONTAG
preparadas com a discussão da paridade, afirmando que não é por número,
mas pela nossa condição igualitária de asseguramos conjuntamente os
direitos dos trabalhadores e trabalhadoras rurais. A cada conquista
nossa vem outros desafios, precisamos resistir para continuarmos
avançando”, ressalta a secretária de Juventude Rural da CONTAG, Mazé
Morais, que também já contribuiu com o debate da Plenária de Mulheres do
Centro-Oeste.
A Plenária de Mulheres do Nordeste foi marcada por reflexões em
torno dos desafios que precisam ser superados para consolidar o
exercício pleno da paridade dentro do MSTTR; feito um balanço político
da participação das mulheres ao longo dos 53 anos da CONTAG; entre
outros pontos que dialogam com a inserção efetiva das mulheres no
universo sindical.
“A Plenária foi excelente e gratificante para todas as mulheres da
região nordeste. Um momento de refletir e fazer uma caminha pela
história das mulheres que chegaram no MSTTR com bastante resistência e
desafios, mas acima de tudo, com bastante esperança. A Plenária é um
grande evento que temos para aprofundarmos o debate sobre o rumo que
queremos enquanto mulheres. Aqui é um espaço de somar força, para
seguirmos multiplicar ele nos nossos estados”, Lina Martins, secretária
de Mulheres da Fetaema.
“Atingimos o propósito da Plenária, que também é uma preparação
nossa para Plenária Nacional de Mulheres e para o Congresso da CONTAG,
onde uma grande conquista vai ser implementada que é justamente a
paridade. Ainda temos que enfrentar nos nossos estados a discussão, para
que no Congresso possamos dizer que não só a CONTAG cumpre a paridade,
mas que as Federações do Nordeste entendem também que a paridade não é
só número, mas é demarcar território, é afirmar que estamos nesse lugar
por uma construção política e que temos a capacidade de contribuir com o
MSTTR”, reafirma a importância da paridade, Adriana Nascimento, da
Coordenação Regional Nordeste da CONTAG.
“Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e
direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação
umas às outras com espírito de fraternidade”... “da luta eu não fujo”, Maria Margarida Alves, de Alagoa Grande-PB, do Nordeste do Brasil.
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FONTE: Assessoria de Comunicação CONTAG - Barack Fernandes |
segunda-feira, 11 de julho de 2016
Da luta eu não fujo
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