Desde que o governo federal anunciou a
 possibilidade de realizar uma Reforma da Previdência Social que 
apresenta elementos de restrições e até mesmo de eliminação de direitos 
duramente conquistados, o Movimento Sindical de Trabalhadores e 
Trabalhadoras Rurais (MSTTR) se mobiliza para discutir profundamente a 
questão e compreender as ameaças e os pontos que o governo pretende 
modificar na legislação.
A CONTAG já se posicionou totalmente 
contrária a qualquer perda de direitos dos trabalhadores e 
trabalhadoras. Em suas atividades nacionais como o Coletivo de Políticas
 Sociais, a reunião do Conselho Deliberativo da CONTAG e também no 
Seminário de Previdência Social realizado na Câmara dos Deputados no dia
 15 de março, foram retirados encaminhamentos para que as Federações 
realizem atividades nos estados para aumentar entre os(as) 
trabalhadores(as) a compreensão sobre a Reforma da Previdência e de que 
maneira os direitos dos trabalhadores(as) estão ameaçados.
Encontros estaduais para ampliar compreensão da base
 
Assim
 como FETAGS de vários estados já estão fazendo, a Federação dos 
Trabalhadores na Agricultura do Estado de Alagoas (FETAG-AL) realizou 
ontem (19) um seminário para ampliar entre a base a motivação para fazer
 o enfrentamento a possíveis mudanças na Previdência Social, 
apresentando dados e argumentos para fortalecer o diálogo e a luta, 
quando necessária. “Sentimos claramente que é unanimidade no MSTTR não 
aceitar abrir mão dessas conquistas. A partir daí, a gente trabalha para
 que os dirigentes sindicais possam se empoderar de ações e dados para 
que, em seus programas de rádio, nas suas reuniões, nas suas assembleias
 colocar para os trabalhadores possam se conscientizar para no momento 
em que o MSTTR precisar ir para as ruas e fazer suas ações de pressão e 
mobilização, os trabalhadores estejam junto com o MSTTR”, explica o 
secretário de Políticas Sociais da CONTAG, José Wilson Gonçalves. 
José Wilson destaca ainda que, neste 
momento delicado da conjuntura política em que há uma afronta á 
democracia que coloca em risco o Estado Democrático de Direito, está se 
fortalecendo a compreensão entre os trabalhadores(as) da importância da 
ocupação dos espaços de representação do povo - Câmaras de Vereadores, 
Câmaras Legislativas e Congresso Nacional – por pessoas comprometidas 
com os interesses da classe trabalhadora. “Isso fica muito claro e 
evidente essa disposição das pessoas fazer essa discussão e assumir esse
 compromisso pensando nos processos futuros. Há uma disposição de 
preparar os quadros para enfrentar esse desafio”, aponta o dirigente.  
É preciso aumentar a pressão junto aos parlamentares e aos gestores públicos 
Entre os encaminhamentos das 
atividades nacionais, representantes do MSTTR nos estados estãopedindo 
audiências com deputados e senadores de seus estados para afirmar que 
não aceitam mudanças que prejudiquem os direitos dos trabalhadores na 
Previdência Social. “Além disso, o MSTTR está conversando com prefeitos,
 vereadores e com as organizações sociais, igrejas e outras organizações
 locais para ampliar a base de apoio para a defesa desses direitos”, 
afirma José Wilson.  
Em 71% dos municípios brasileiros, os 
recursos provenientes da Previdência Social representam mais do que o 
dinheiro repassado por meio doFundo de Participação dos Municípios(FPM).
 Restringir os direitos previdenciários significa mexer na economia dos 
municípios, com o comércio, com a vida das pessoas. É preciso mostrar 
aos gestores municipais e para os vereadores que, se a Previdência 
Social se desarticular, isso implica em menos condições de continuar no 
campo o que vai, consequentemente, acelerar o processo de emigração do 
campo para a cidade, o que criaria um transtorno social e uma exigência 
maior dos gestores públicos para garantir infraestrutura básica para 
essas famílias no meio urbano: energia, esgoto, calçamento, entre 
outras”, aponta o secretário de Políticas Sociais da CONTAG.  
As ameaças da atual conjuntura política 
Para José Wilson Gonçalves, na atual 
conjuntura política - com o setor mais conservador da política comandado
 pelo PMDB, pelo PSDB e pelo DEM, que arquitetaram uma afronta à 
Constituição Federal - uma Reforma da Previdência Social será realizada 
rapidamente. “Mas a diferença é que, no atual governo, há uma abertura 
muito grande para dialogar sobre o tema. Numa eventual conjuntura em que
 outro segmento político venha a assumir o comando do País, esse diálogo
 se tornará bem mais difícil. E, sobretudo, com a pressão do capital, 
empregadores coordenados pela Fiesp, ficará muito difícil manter os 
direitos conquistados até aqui”, completa o dirigente. 
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| FONTE: Assessoria de Comunicação CONTAG - Lívia Barreto | 
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