segunda-feira, 27 de julho de 2020

Governo Bolsonaro se baseia em “economia que mata”, diz carta assinada por 152 bispos



Uma carta dura com críticas ao governo de Jair Bolsonaro foi assinada por 152 bispos, arcebispos e bispos eméritos do Brasil, informa a jornalista Mônica Bérgamo.
ntitulado “Carta ao povo de Deus”, o documento afirma que o Brasil atravessa um dos momentos mais difíceis de sua história, vivendo uma “tempestade perfeita”, que combinaria uma crise sem precedentes na saúde e um “avassalador colapso na economia” com a tensão sofre “fundamentos da República, provocada em grande medida pelo Presidente da República [Jair Bolsonaro] e outros setores da sociedade, resultando numa profunda crise política e de governança”.
“Analisando o cenário político, sem paixões, percebemos claramente a incapacidade e inabilidade do Governo Federal em enfrentar essas crises”, diz ainda o documento.
O texto também faz críticas diretas ao sistema neoliberal e às reformas praticadas pela equipe econômica de Paulo Guedes. De acordo com os líderes da Igreja Católica, os resultados das reformas feitas pelo governo “pioraram a vida dos pobres, desprotegeram vulneráveis, liberaram o uso de agrotóxicos antes proibidos, afrouxaram o controle de desmatamentos e, por isso, não favoreceram o bem comum e a paz social”.
“É insustentável uma economia que insiste no neoliberalismo, que privilegia o monopólio de pequenos grupos poderosos em detrimento da grande maioria da população”, defendem.
Para eles, o “sistema do atual governo” não coloca no centro a pessoa humana e o bem de todos, “mas a defesa intransigente dos interesses de uma economia que mata, centrada no mercado e no lucro a qualquer preço”.
A carta seria tornada pública na última quarta-feira (22), mas teve sua divulgação suspensa para ser analisada pelo conselho da CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil). Há um receio entre os signatários de que o setor conservador do órgão impeça a divulgação.

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