terça-feira, 7 de março de 2017

A luta pelos direitos das mulheres é todos os dias



A reforma da Previdência foi o tema em destaque no ato de ontem (6) pelo dia de luta das mulheres, 8 março, realizado na CONTAG para diretoria, assessoria e todos as(os) funcionárias(os). Os impactos dos projetos de desmonte dos direitos trabalhistas que estão tramitando no Congresso Nacional também foram destacados. “As mulheres brasileiras serão as mais atingidas por essas propostas, mas essa luta também é dos homens, porque toda a sociedade será prejudicada com a retirada de direitos que esse governo quer impor”, afirma a secretaria de Mulheres da CONTAG, Alessandra Lunas.
A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) foi convidada para falar sobre os dois temas e sobre como estão as negociações dentro do Congresso Nacional. Para ela, o objetivo de todas as propostas do atual Poder Executivo é beneficiar, principalmente, aqueles que lucram por meio de juros bancários, o capital financeiro e especulativo.  “As trabalhadoras e trabalhadores são descartáveis para esse sistema econômico que ganha cada vez mais dinheiro com operações bancárias e lucros, sem precisar investir em produção e geração de empregos”, afirmou a parlamentar.
Em sua análise, Kokay apontou que, na prática, as “reformas” propostas pelo governo contrariam os argumentos utilizados, que citam crise econômica e necessidade de contenção de gastos para que a economia brasileira volte a prosperar. “O que realmente contribui para gerar dinheiro para o País é a criação de empregos por meio de investimentos sociais em infraestrutura, industrialização e formação – que era o que os governos Lula e Dilma estavam fazendo. No entanto, esse atual governo está indo na direção contrária, de desmonte da previdência e das leis trabalhistas, o que precariza as relações de trabalho, acaba com a renda das(os) trabalhadoras(es), impede condições dignas de vida, acesso a educação, saúde e outros direitos”, explicou.
De acordo com a deputada, a estratégia dos atuais ocupantes do governo federal funciona em três frentes: a entrega do patrimônio brasileiro para o capital internacional (como o pré-sal, a produção de papel moeda, a gestão de fundos públicos, por exemplo), a retirada de direitos trabalhistas e previdenciários e a proteção contra as denúncias de corrupção. “O que nos cabe nesse momento é mostrar para a sociedade todos os verdadeiros impactos dessas propostas, que será o aumento da pobreza e da desigualdade, como consequência de medida que tem como objetivo garantir a rentabilidade do rentismo”, afirma Erika Kokay.
Para ela, as propostas de terceirização da atividade-fim das empresas e de regularização do trabalho intermitente são “terroristas”, porque abre as portas para a precarização e o desrespeito ao cumprimento dos direitos trabalhistas. “As empresas terão o tempo das pessoas, mas vão pagar apenas pelas horas que trabalham. E, nas condições sociais em que o país poderá ficar por causa do congelamento dos investimentos em despesas primárias, pessoas terão que se submeter a condições de trabalho terríveis para poder sobreviver”, alerta a parlamentar.
A CONTAG finalizou o ato do dia de luta das mulheres com a entrega do livro “Sejamos Todos Feministas”, da escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, para todas(os) as(os) presentes. “Fortalecer a luta das mulheres é fundamental para a construção de uma sociedade mais justa, mais igualitária, onde todas(os) tenham a oportunidade de viver com dignidade. O dia 8 de março é um marco, mas essa luta deve ser feita todos os dias”, afirmou Alessandra Lunas. 
FONTE: Assessoria de Comunicação da CONTAG - Lívia Barreto

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