quinta-feira, 23 de março de 2017

Plenário prorroga por 60 dias funcionamento da CPI da Funai

O Plenário aprovou, por 236 votos favoráveis, 34 contrários e 5 abstenções, o requerimento que pede a prorrogação do prazo de funcionamento da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga fatos relativos à Fundação Nacional do Índio (Funai) e ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Agora, a CPI poderá trabalhar por mais 60 dias. A ordem do dia foi encerrada.

A prorrogação, segundo o presidente da CPI, deputado Alceu Moreira (PMDB-RS), é necessária para a leitura e votação do parecer que, segundo ele, tem mais de mil páginas. Ele disse que as investigações apontaram venda de madeira ilegal, desmatamento em assentamentos e outros pontos. Ele negou que a CPI tenha a intenção de prejudicar povos indígenas ou outros povos tradicionais. “Vamos apresentar uma política pública para todos”, disse.

Moreira afirmou que as investigações detectaram diversas irregularidades. “Vimos volumes de recursos drenados do dinheiro público e nós queremos mostrar que a nação indígena, que o interesse indígena não está em jogo. Eles são usados como massa de manobra para tirar dinheiro público”, disse.

A deputada Eliziane Gama (PPS-MA) criticou a forma como a CPI vem sendo dirigida. “É patente o direcionamento, a parcialidade. Já pediram quebra de sigilo de um arcebispo. Querem investigar órgãos como Cimi [Conselho Indigenista Missionário] e o ISA [Instituto Socioambiental]. O debate é partidarizado. A CPI foi criada para perseguir empresas que defendem os indígenas, já que requerimentos para investigar empresas são deixados de lado”, acusou a parlamentar.
Reportagem - Carol Siqueira
Edição - Alexandre Pôrto

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