quinta-feira, 22 de junho de 2017

A natureza a nosso favor: Manejo Integrado de Pragas e controle biológico na agricultura




FOTO: Gilles San Martin
 
Existem muitas maneiras de combater pragas na agricultura que não envolvem o uso de agrotóxicos – venenos que adoecem e matam agricultores(as) e consumidores(as), além de contaminar solos e água. Você certamente sabe que joaninhas e aranhas se alimentam das larvas de pulgões e outros insetos que prejudicam diversos tipos de lavouras, não é? E você sabia que também existem vírus e bactérias que atuam como inimigos naturais de pragas que afligem agricultores há milhares de anos? 
 
Há cada vez mais pesquisas sobre estratégias de controle de infestações que utilizam o equilíbrio natural entre os diversos seres vivos para evitar que as plantações sofram com a ação de animais e fungos. São ações conhecidas por Manejo Integrado de Pragas (MIP) e que incluem ainda técnicas como o uso de sementes de plantas que se mostraram resistentes a pestes, uso de barreiras físicas contra os animais assim como o uso de feromônios (substâncias exaladas pelos animais para atrair parceiros sexuais).
 
Outras técnicas de Manejo Integrado de Pragas também incluem a retirada e queima da parte do vegetal afetada, a poda e o raleio na fruticultura. A adubação equilibrada também é importante, porque plantas mal nutridas são mais vulneráveis a doenças. O uso bastante restrito e localizado de defensivos agrícolas (para evitar que uma contaminação em uma pequena parte da plantação se espalhe e exija que toda a área seja pulverizada com veneno) também está previsto entre as técnicas, mas aliado com bastante estudo e tecnologia, para que o uso de venenos seja restrito ao mínimo possível. O Manejo Integrado de Pragas é bastante adequado para pequenas propriedades, onde o controle pode ser realizado muito mais facilmente.
 
 
Este importante tema foi debatido hoje (20) na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados, onde foi realizado seminário sobre "O uso de tecnologias de controle biológico na agricultura e o manejo integrado de pragas - MIP". A CONTAG participou deste debate, para onde levou a preocupação com a produção de alimentos saudáveis e os danos dos agrotóxicos para a população e para o meio ambiente.
 
Para a secretaria de Meio Ambiente da CONTAG, a produção de alimentos saudáveis deve ser a principal preocupação de um país que prioriza sua segurança e soberania alimentar. “Agricultores e agricultoras familiares são os principais produtores de alimentos no Brasil e no mundo. Por isso, o acesso da agricultura familiar aos modos de produção sustentáveis deve ser tema de ampla discussão estatal”, afirma a secretária de Meio Ambiente da CONTAG, Rosmarí Malheiros. “A assistência Técnica e Extensão Rural, assim como o investimento em pesquisa são fundamentais nesse aspecto”, completa a dirigente.
 
É preciso destacar que o tema da produção sustentável de alimentos conjugada com a conservação e preservação dos recursos naturais foi um dos temas reafirmados pelo 12º Congresso Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (12º CNTTR), realizado em março deste ano. A CONTAG reforça seu posicionamento de apoio ao Projeto de Lei 6670/2016, que propõe a criação da Política Nacional de Redução de Agrotóxicos (PNARA), projeto de lei apresentado pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) à Comissão de Legislação Participativa no dia 8 de novembro de 2016.
 
“Cuidar do meio ambiente é cuidar das futuras gerações. O uso de agrotóxicos é assunto de saúde pública, pois coloca nossa saúde e nossas vidas em risco. Não há valor econômico nenhum que seja mais importante que a vida dos seres humanos, do solo, das aguas”, afirma Rosmarí Malheiros. 
 
FONTE: Assessoria de Comunicação CONTAG - Lívia Barreto

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