Existem muitas maneiras de combater
pragas na agricultura que não envolvem o uso de agrotóxicos – venenos
que adoecem e matam agricultores(as) e consumidores(as), além de
contaminar solos e água. Você certamente sabe que joaninhas e aranhas se
alimentam das larvas de pulgões e outros insetos que prejudicam
diversos tipos de lavouras, não é? E você sabia que também existem vírus
e bactérias que atuam como inimigos naturais de pragas que afligem
agricultores há milhares de anos?
Há cada vez mais pesquisas sobre
estratégias de controle de infestações que utilizam o equilíbrio natural
entre os diversos seres vivos para evitar que as plantações sofram com a
ação de animais e fungos. São ações conhecidas por Manejo Integrado de
Pragas (MIP) e que incluem ainda técnicas como o uso de sementes de
plantas que se mostraram resistentes a pestes, uso de barreiras físicas
contra os animais assim como o uso de feromônios (substâncias exaladas
pelos animais para atrair parceiros sexuais).
Outras técnicas de Manejo Integrado de
Pragas também incluem a retirada e queima da parte do vegetal afetada, a
poda e o raleio na fruticultura. A adubação equilibrada também é
importante, porque plantas mal nutridas são mais vulneráveis a doenças. O
uso bastante restrito e localizado de defensivos agrícolas (para evitar
que uma contaminação em uma pequena parte da plantação se espalhe e
exija que toda a área seja pulverizada com veneno) também está previsto
entre as técnicas, mas aliado com bastante estudo e tecnologia, para que
o uso de venenos seja restrito ao mínimo possível. O Manejo Integrado
de Pragas é bastante adequado para pequenas propriedades, onde o
controle pode ser realizado muito mais facilmente.
Este importante tema foi debatido hoje
(20) na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da
Câmara dos Deputados, onde foi realizado seminário sobre "O uso de
tecnologias de controle biológico na agricultura e o manejo integrado de
pragas - MIP". A CONTAG participou deste debate, para onde levou a
preocupação com a produção de alimentos saudáveis e os danos dos
agrotóxicos para a população e para o meio ambiente.
Para a secretaria de Meio Ambiente da
CONTAG, a produção de alimentos saudáveis deve ser a principal
preocupação de um país que prioriza sua segurança e soberania alimentar.
“Agricultores e agricultoras familiares são os principais produtores de
alimentos no Brasil e no mundo. Por isso, o acesso da agricultura
familiar aos modos de produção sustentáveis deve ser tema de ampla
discussão estatal”, afirma a secretária de Meio Ambiente da CONTAG,
Rosmarí Malheiros. “A assistência Técnica e Extensão Rural, assim como o
investimento em pesquisa são fundamentais nesse aspecto”, completa a
dirigente.
É preciso destacar que o tema da
produção sustentável de alimentos conjugada com a conservação e
preservação dos recursos naturais foi um dos temas reafirmados pelo 12º
Congresso Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras
Familiares (12º CNTTR), realizado em março deste ano. A CONTAG reforça
seu posicionamento de apoio ao Projeto de Lei 6670/2016, que propõe a
criação da Política Nacional de Redução de Agrotóxicos (PNARA), projeto
de lei apresentado pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva
(Abrasco) à Comissão de Legislação Participativa no dia 8 de novembro de
2016.
“Cuidar do meio ambiente é cuidar das
futuras gerações. O uso de agrotóxicos é assunto de saúde pública, pois
coloca nossa saúde e nossas vidas em risco. Não há valor econômico
nenhum que seja mais importante que a vida dos seres humanos, do solo,
das aguas”, afirma Rosmarí Malheiros.
|
|||
FONTE: Assessoria de Comunicação CONTAG - Lívia Barreto |
quinta-feira, 22 de junho de 2017
A natureza a nosso favor: Manejo Integrado de Pragas e controle biológico na agricultura
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário