quinta-feira, 13 de agosto de 2020

Ato político cultural celebra os 20 anos da Marcha das Margaridas

 

“Medo a gente tem, mas não usa.” (Margarida Alves)

Em celebração aos 20 anos da Marcha das Margaridas foi realizado nessa (quarta-feira - 12 de agosto) grande Ato Comemorativo que lembrou e homenageou a maior ação de massa das mulheres do campo, da floresta e das águas: a Marcha das Margaridas, que há duas décadas segue em defesa de um projeto de sociedade com o olhar das mulheres do campo, da floresta e das águas.

Inspiração - Nos Caminhos de Margarida

A Marcha das Margaridas tem como inspiração a história de luta da trabalhadora rural e líder sindical, Margarida Maria Alves, assassinada a mando de latifundiários no dia 12 de agosto de 1983, porque lutava pelas trabalhadoras e trabalhadores rurais, denunciando abusos e violações de seus direitos, cometidos por fazendeiros e usineiros que influenciavam e dominavam a economia e a política, em Alagoa Grande/Paraíba.

A 1º Marcha das Margaridas, em agosto de 2000, reuniu 20 mil mulheres, em Brasília/DF. Desde então, mulheres do campo, da floresta, das águas e da cidade continuam marchando. Retornando à capital do país em 2003, 2007, 2011, 2015 e em 2019, quando já somaram 100 mil Margaridas.

 
13/08/2020 | MARCHA DAS MARGARIDAS: 20 ANOS!
Ato político cultural celebra os 20 anos da Marcha das Margaridas

“Medo a gente tem, mas não usa.” (Margarida Alves)

Em celebração aos 20 anos da Marcha das Margaridas foi realizado nessa (quarta-feira - 12 de agosto) grande Ato Comemorativo que lembrou e homenageou a maior ação de massa das mulheres do campo, da floresta e das águas: a Marcha das Margaridas, que há duas décadas segue em defesa de um projeto de sociedade com o olhar das mulheres do campo, da floresta e das águas.

Inspiração - Nos Caminhos de Margarida

A Marcha das Margaridas tem como inspiração a história de luta da trabalhadora rural e líder sindical, Margarida Maria Alves, assassinada a mando de latifundiários no dia 12 de agosto de 1983, porque lutava pelas trabalhadoras e trabalhadores rurais, denunciando abusos e violações de seus direitos, cometidos por fazendeiros e usineiros que influenciavam e dominavam a economia e a política, em Alagoa Grande/Paraíba.

A 1º Marcha das Margaridas, em agosto de 2000, reuniu 20 mil mulheres, em Brasília/DF. Desde então, mulheres do campo, da floresta, das águas e da cidade continuam marchando. Retornando à capital do país em 2003, 2007, 2011, 2015 e em 2019, quando já somaram 100 mil Margaridas.

Falas Políticas

“Cada Marcha é singular e carrega um legado político e de aprendizado com os processos anteriores. A Marcha não se constrói de forma isolada, mas com unidade, ousadia, resistência, força, coragem e solidariedade. E é com essa mistura de saberes e vivências que temos afirmado a nossa luta contra o patriarcado e a opressão machista que quer nos silenciar. Como diz Margarida Alves: ‘Medo a gente tem, mas não usa'. Margarida ainda nos lembra: ‘Da luta eu não fujo’. Viva aos 20 anos da Marcha das Margaridas”, destacou a secretária de Mulheres da CONTAG e coordenadora Geral da Marcha das Margaridas 2019, Mazé Morais.

“A primeira Marcha foi um divisor de águas para o Movimento Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR), pois através dela e das outras Marchas, e também, do Grito da Terra Brasil conquistamos várias políticas públicas específicas para as mulheres rurais. Também é importante destacar o papel das Diretorias dos Sindicatos, das Federações e da CONTAG no apoio a todas as Marchas, combatendo assim, a cultura do ódio e do machismo. Seguiremos em Marcha por um Brasil com Soberania Popular, Democracia, Justiça, Igualdade e Livre de Violência. Viva as Margaridas!”, ressaltou o presidente da CONTAG, Aristides Santos.

Durante o Ato Comemorativo também contribuíram com suas falas, as secretárias de mulheres que compõem a Diretoria da CONTAG, as secretárias de Mulheres das 27 Federações filiadas à Confederação, as ex-coordenadoras da Marcha das Margaridas, Raimunda de Mascena, Carmen Foro e Alessandra Lunas, representações da CUT, da CTB e das organizações parceiras da Marcha, o ex-presidente Lula, a ex-presidenta Dilma Rousseff, a ex-ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres Brasileiras, Eleonora Menicucci, a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, as deputadas federais Erika Kokay e Benedita da Silva, a deputada distrital Arlete Sampaio, e representações do campo unitário, do comitê da Marcha das Margaridas DF e de organizações internacionais (UITA, COPROFAM e Fórum Mundial de Economia Solidária).

“Quero agradecer pelo que vocês representam e simbolizam na luta das mulheres brasileiras. Com muita coragem as Margaridas têm apresentado a pauta das mulheres do campo, da floresta e das águas. É importante que a sociedade compreenda o papel de vocês, como eu compreendia quando estava presidente do Brasil, dialogando sempre com as Margaridas. Feliz do país que tem mulheres corajosas e de luta. Penso o Dia de hoje contribuirá para restabelecermos a democracia do Brasil”, pontuou o ex-presidente da república, Luiz Inácio Lula da Silva (Lula).

É uma grande alegria conversar com minhas companheiras e amigas Margaridas. Gostaria de registrar que você têm um papel fundamental na luta das mulheres brasileira por justiça, soberania e igualdade. A Marcha é um caminho permanente que resulta em importantes conquistas, como algumas alcançadas por vocês durante o meu governo: (titulação da terra e inscrição em nome da mulher, moradias rurais em nome da trabalhadora, cisternas produtivas, crédito fundiário com acesso pleno pela mulheres, patrulhas rurais Maria da Penha, e outras. Portanto, a Marcha das Margaridas deve seguir em defesa dos direitos das mulheres, por justiça social e contra o fascismo”, destacou a ex-presidenta da república, Dilma Rousseff.

Atividades Culturais

Durante todo o Ato Comemorativo aconteceram várias apresentações culturais e falas, dentre elas, das atrizes Letícia Sabatella, Maria Casadevall, Pally Siqueira e Luz Bárbara. E das cantoras Susi Monte Serrat, Carol Carneiro, Thabata Lorena, Zélia Duncan e Lia de Itamaracá.

Sente só o embalar cultural das mulheres! A rapp Thabata Lorena iniciou o Ato cantando “Olha Brasília está florida. Estão chegando as decididas...”. Animada, Lía de Itamaracá continuou: “Pra se dançar ciranda juntamos nossas mãos”. Zélia Duncan combinou com as Margaridas: “Quem já sofreu lá fora, vai nos guiar depois”. E Carol Carneiro arrematou: “É o querer, é o querer, é o querer das Margaridas”.

“Viva a força das Margaridas, viva a luta da grande líder Margaridas Maria Alves, que inspira a maior ação de mulheres do Brasil e da América Latina. Vocês são mulheres que tomaram a frente e se tornaram protagonistas da transformação do nosso país. São mulheres que nos inspiram a continuarmos na lutar por uma sociedade sem machismo”, compartilhou a atriz e ativista, Letícia Sabatella.

No encerramento do Ato, a secretária de Mulheres da CONTAG, Mazé Morais, agradeceu a todas e todos que prestigiaram o Ato e construíram os 20 anos da Marcha das Margaridas, e afirmou que “as mulheres precisam se manter juntas e em unidade para fortalecer o feminismo popular no campo e na cidade. Margarida vive em cada uma de nós”.

Assista a transmissão do Ato AQUI

Só no Facebook foi registrado até a manhã desta quinta-feira (13), mais de 114 mil pessoas alcançadas, mais de 1.400 curtidas e mais de 1.131 compartilhamentos.

Repúdio ao despejo de famílias do Acampamento Campo Grande

No Ato também foi manifestado o repúdio da CONTAG e das Margaridas ao despejo truculento de 450 famílias do acampamento Quilombo Campo Grande, no município de Campo do Meio, em Minas Gerais.

Câmara dos Deputados presta homenagem aos 20 anos da Marcha

Nesta semana, a Câmara dos Deputados rendeu solenemente, homenagem aos 20 anos da Marcha das Margaridas. A Sessão foi proposta pelas deputadas Érika Kokay e Maria do Rosário, e o deputado Vilson da FETAEMG. Assista a transmissão AQUI

FONTE: Comunicação CONTAG - Barack Fernandes

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