“Medo a gente tem, mas não usa.” (Margarida Alves)
Em celebração aos 20 anos da Marcha das Margaridas foi realizado nessa (quarta-feira - 12 de agosto) grande Ato Comemorativo que lembrou e homenageou a maior ação de massa das mulheres do campo, da floresta e das águas: a Marcha das Margaridas, que há duas décadas segue em defesa de um projeto de sociedade com o olhar das mulheres do campo, da floresta e das águas.
Inspiração - Nos Caminhos de Margarida
A Marcha das Margaridas tem como inspiração a história de luta da trabalhadora rural e líder sindical, Margarida Maria Alves, assassinada a mando de latifundiários no dia 12 de agosto de 1983, porque lutava pelas trabalhadoras e trabalhadores rurais, denunciando abusos e violações de seus direitos, cometidos por fazendeiros e usineiros que influenciavam e dominavam a economia e a política, em Alagoa Grande/Paraíba.
A 1º Marcha das Margaridas, em agosto de 2000, reuniu 20 mil mulheres, em Brasília/DF. Desde então, mulheres do campo, da floresta, das águas e da cidade continuam marchando. Retornando à capital do país em 2003, 2007, 2011, 2015 e em 2019, quando já somaram 100 mil Margaridas.
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“Medo a gente tem, mas não usa.” (Margarida Alves) Em celebração aos 20 anos da Marcha das Margaridas foi realizado nessa (quarta-feira - 12 de agosto) grande Ato Comemorativo que lembrou e homenageou a maior ação de massa das mulheres do campo, da floresta e das águas: a Marcha das Margaridas, que há duas décadas segue em defesa de um projeto de sociedade com o olhar das mulheres do campo, da floresta e das águas. Inspiração - Nos Caminhos de Margarida A Marcha das Margaridas tem como inspiração a história de luta da trabalhadora rural e líder sindical, Margarida Maria Alves, assassinada a mando de latifundiários no dia 12 de agosto de 1983, porque lutava pelas trabalhadoras e trabalhadores rurais, denunciando abusos e violações de seus direitos, cometidos por fazendeiros e usineiros que influenciavam e dominavam a economia e a política, em Alagoa Grande/Paraíba. A 1º Marcha das Margaridas, em agosto de 2000, reuniu 20 mil mulheres, em Brasília/DF. Desde então, mulheres do campo, da floresta, das águas e da cidade continuam marchando. Retornando à capital do país em 2003, 2007, 2011, 2015 e em 2019, quando já somaram 100 mil Margaridas. Falas Políticas “Cada Marcha é singular e carrega um legado político e de aprendizado com os processos anteriores. A Marcha não se constrói de forma isolada, mas com unidade, ousadia, resistência, força, coragem e solidariedade. E é com essa mistura de saberes e vivências que temos afirmado a nossa luta contra o patriarcado e a opressão machista que quer nos silenciar. Como diz Margarida Alves: ‘Medo a gente tem, mas não usa'. Margarida ainda nos lembra: ‘Da luta eu não fujo’. Viva aos 20 anos da Marcha das Margaridas”, destacou a secretária de Mulheres da CONTAG e coordenadora Geral da Marcha das Margaridas 2019, Mazé Morais. “A primeira Marcha foi um divisor de águas para o Movimento Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR), pois através dela e das outras Marchas, e também, do Grito da Terra Brasil conquistamos várias políticas públicas específicas para as mulheres rurais. Também é importante destacar o papel das Diretorias dos Sindicatos, das Federações e da CONTAG no apoio a todas as Marchas, combatendo assim, a cultura do ódio e do machismo. Seguiremos em Marcha por um Brasil com Soberania Popular, Democracia, Justiça, Igualdade e Livre de Violência. Viva as Margaridas!”, ressaltou o presidente da CONTAG, Aristides Santos. Durante o Ato Comemorativo também contribuíram com suas falas, as secretárias de mulheres que compõem a Diretoria da CONTAG, as secretárias de Mulheres das 27 Federações filiadas à Confederação, as ex-coordenadoras da Marcha das Margaridas, Raimunda de Mascena, Carmen Foro e Alessandra Lunas, representações da CUT, da CTB e das organizações parceiras da Marcha, o ex-presidente Lula, a ex-presidenta Dilma Rousseff, a ex-ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres Brasileiras, Eleonora Menicucci, a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, as deputadas federais Erika Kokay e Benedita da Silva, a deputada distrital Arlete Sampaio, e representações do campo unitário, do comitê da Marcha das Margaridas DF e de organizações internacionais (UITA, COPROFAM e Fórum Mundial de Economia Solidária). “Quero agradecer pelo que vocês representam e simbolizam na luta das mulheres brasileiras. Com muita coragem as Margaridas têm apresentado a pauta das mulheres do campo, da floresta e das águas. É importante que a sociedade compreenda o papel de vocês, como eu compreendia quando estava presidente do Brasil, dialogando sempre com as Margaridas. Feliz do país que tem mulheres corajosas e de luta. Penso o Dia de hoje contribuirá para restabelecermos a democracia do Brasil”, pontuou o ex-presidente da república, Luiz Inácio Lula da Silva (Lula). É uma grande alegria conversar com minhas companheiras e amigas Margaridas. Gostaria de registrar que você têm um papel fundamental na luta das mulheres brasileira por justiça, soberania e igualdade. A Marcha é um caminho permanente que resulta em importantes conquistas, como algumas alcançadas por vocês durante o meu governo: (titulação da terra e inscrição em nome da mulher, moradias rurais em nome da trabalhadora, cisternas produtivas, crédito fundiário com acesso pleno pela mulheres, patrulhas rurais Maria da Penha, e outras. Portanto, a Marcha das Margaridas deve seguir em defesa dos direitos das mulheres, por justiça social e contra o fascismo”, destacou a ex-presidenta da república, Dilma Rousseff. Atividades Culturais Durante todo o Ato Comemorativo aconteceram várias apresentações culturais e falas, dentre elas, das atrizes Letícia Sabatella, Maria Casadevall, Pally Siqueira e Luz Bárbara. E das cantoras Susi Monte Serrat, Carol Carneiro, Thabata Lorena, Zélia Duncan e Lia de Itamaracá. Sente só o embalar cultural das mulheres! A rapp Thabata Lorena iniciou o Ato cantando “Olha Brasília está florida. Estão chegando as decididas...”. Animada, Lía de Itamaracá continuou: “Pra se dançar ciranda juntamos nossas mãos”. Zélia Duncan combinou com as Margaridas: “Quem já sofreu lá fora, vai nos guiar depois”. E Carol Carneiro arrematou: “É o querer, é o querer, é o querer das Margaridas”. “Viva a força das Margaridas, viva a luta da grande líder Margaridas Maria Alves, que inspira a maior ação de mulheres do Brasil e da América Latina. Vocês são mulheres que tomaram a frente e se tornaram protagonistas da transformação do nosso país. São mulheres que nos inspiram a continuarmos na lutar por uma sociedade sem machismo”, compartilhou a atriz e ativista, Letícia Sabatella. No encerramento do Ato, a secretária de Mulheres da CONTAG, Mazé Morais, agradeceu a todas e todos que prestigiaram o Ato e construíram os 20 anos da Marcha das Margaridas, e afirmou que “as mulheres precisam se manter juntas e em unidade para fortalecer o feminismo popular no campo e na cidade. Margarida vive em cada uma de nós”.
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