quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Pesquisa avalia impacto da pandemia na indústria potiguar

 

Os impactos gerados com a pandemia do novo coronavírus na indústria potiguar foram medidos em pesquisa realizada pelo Sistema FIERN, que mostra que 54% não pararam as atividades durante o período de pandemia.

A ‘Sondagem FIERN sobre o Impacto da Covid-19’, lançada nesta terça-feira (18), ouviu 141 indústrias instaladas em 28 municípios, no período de 4 a 12 de agosto deste ano. Essa é a segunda edição da pesquisa desde o início da pandemia e apresenta um panorama do setor com medidas adotadas no enfrentamento ao novo coronavírus. Mais de 30 setores industriais foram consultados. 

A pesquisa apresenta dados sobre paralisação de atividades, dificuldades em obter suprimentos, desligamento de pessoal, adoção de protocolos de biossegurança, além de acesso ao crédito e avaliação do papel da FIERN e atuação dos governos durante a pandemia. E pode ser acessada na íntegra clicando neste link

O presidente do Sistema FIERN, Amaro Sales de Araújo, observa que a segunda Sondagem demonstra os reflexos e comportamento do setor frente à crise provocada pelo novo coronavírus com impactos na indústria potiguar. Na primeira pesquisa, realizada em abril no início do período de isolamento social e ameaça de fechamento de empresas e paralisação de atividades, ele lembra que a FIERN buscou avaliar junto aos empresários da indústria quais as principais medidas adotadas e preocupação em relação aos negócios gerada com o cenário de incertezas.

“Havia, na primeira sondagem, a expectativa de fechamento das empresas e de problemas como falta de matéria prima, fornecedor e de mão de obra. Nesta segunda, que repetimos 100 dias após, para verificarmos os reflexos de pandemia no setor industrial do RN, alguns dados surpreendem, como o não atendimento às necessidades das empresas por órgãos institucionais do governo. Os números também mostram que a FIERN buscou dar total apoio às empresas, o que se reflete nas respostas. E, sempre com o lema “fazer mais com menos”, fizemos com a nossa equipe de técnicos do setor de economia e de mercado as duas pesquisas. E também elaboramos o Plano de retomada Gradual da Economia”, afirma o presidente da FIERN.

Ele ressalta, ainda, a importância de ter uma avaliação do início da pandemia e, agora, outra com a retomada das atividades econômicas e antecipa que, num futuro próximo, quando encerrar a pandemia sanitária, será feita uma nova avaliação. “Esperamos que os resultados desta terceira sejam bem mais amenos”, completou. 

Resultados

Ainda em relação às atividades da indústria durante a pandemia, além de mostrar que 54% não pararam as atividades, a pesquisa aponta que 24% pararam mais de 50% das operações durante o período de pandemia, destes 40% responderam que pararam pela queda nas vendas, com destaque para os segmentos de Confecções, Água Mineral, Panificação e Movelaria em Natal, Mossoró e Parnamirim.

Na comparação com a primeira sondagem realizada pela FIERN, entre os dias 14 e 15 de abril, logo no início da pandemia, a pesquisa atual mostra que o percentual de empresas que não paralisaram as atividades cresceu de 47% para 54%, na segunda. Ou seja, mais empresas continuaram as operações – o que sugere que as empresas industriais do RN encontraram maneiras de lidar com a crise da pandemia para manter as atividades.

A sondagem aponta que 70% tiveram problemas com suprimento de fornecedores. E, em relação ao faturamento no período, 37% apresentaram queda de mais de 50% (destaque para Confecções, Marmoraria, Têxtil). Na primeira pesquisa, feita em abril com 139 indústrias, 78% relataram dificuldade com suprimentos. A comparação das duas sondagens revela o que pode ter sido o grande problema das empresas, nessa crise da pandemia.

“A pesquisa é uma das formas que o Sistema Indústria tem para permanecer em contato com as necessidades de seus clientes primordiais, que são os industriais do Rio Grande do Norte”, explica o coordenador do Mais RN, José Bezerra Marinho.

Mediante aos prejuízos, 66% não sabem quanto tempo a empresa vai levar para voltar ao patamar registrado antes da pandemia afetar o Rio Grande do Norte e 12% estimam um prazo de até 4 meses para esta recuperação; neste grupo, destaque para os segmentos de Panificação, Água Mineral, Marmoraria e Metalurgia no estado.

Entre os ajustes necessários à manutenção das atividades, houve o desligamento de funcionários além de medidas previstas pelas Medidas Provisórias 936 e 927. Do total, de empresas ouvidas 40% fizeram renegociação de contrato de trabalho e 50% informaram que não demitiram, enquanto 15% demitiram mais de 50% do quadro (Indústria de Móveis, Alimentos, Química e Gráfica, especialmente em Natal). Na contramão, 7% registraram aumento na contratação. O incremento foi verificado na indústria da Construção Civil, Coleta e Transporte de resíduos e de Produtos de limpeza.

A sondagem também analisou o cenário em relação ao acesso ao crédito: 55% não conseguiram apoio em banco, destes 50% tiveram simplesmente o pedido indeferido, sem mais explicações dos bancos; 40% não preencheram as exigências dos documentos e 10% tiveram problema com certidões. E 44% conseguiram apoio em banco (43% em banco privado; 20% na Caixa Econômica Federal; 18% BNB e 15% BB) com especial destaque para as indústrias da Construção Civil, Metal Mecânica, Água Mineral e alimentos em Natal, Macaíba, Parnamirim e São José do Mipibu.

*Com informações do Sistema Fiern

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